Parte da paisagem de São Paulo desde sua fundação, em 1554, as enchentes que prejudicam a cidade a cada verão têm se tornado cada vez mais frequentes e intensas, um resultado direto do efeito estufa que acomete o planeta.
Para fazer frente a essa crise climática, a prefeitura da cidade implementou um projeto pioneiro, que utiliza uma saída urbanística conhecida como “solução baseada na natureza”. Trata-se do conceito batizado de “cidade-esponja”.
As esponjas são, na verdade, áreas verdes capazes de absorver e filtrar o escoamento de águas pluviais, aliviando a pressão nos sistemas de drenagem.
De uma forma geral, o plano consiste em criar jardins e parques, que passam a substituir o concreto em áreas mais vulneráveis, aumentando a absorção da água. Essas trechos verdes recebem o nome de “jardins de chuva”.
A prefeitura paulistana deu início à iniciativa em 2017, quando foram registrados 23 espaços verdes naquele ano, multiplicando a iniciativa desde então.
De acordo com a administração municipal, até o fim do ano a capital paulista deverá contar com 400 jardins de chuva.
Os jardins são compostos por três camadas distintas: um poço de infiltração com cerca de 1 metro de profundidade, uma estrutura formada por rachões, brita, terra e composto orgânico, e por fim a plantas e flores.
Esses oásis verdes, inseridos no contexto urbano de São Paulo, não só restauram a vegetação nativa, mas também contribuem para o retorno da fauna local.
Além disso, promovem a conservação, preservação e enriquecimento da biodiversidade.
Os custos de instalação variam dependendo do local e do tamanho, mas um jardim de até 100 metros quadrados custa cerca de 87.000 reais
Os jardins de chuva vêm sendo instalados ao longo de vias movimentadas, incluindo a Avenida 23 de Maio, onde o canteiro central hoje exibe um extenso gramado.
Parques localizados em encostas também estão sendo renovado. A ideia é introduzir plantas com maior capacidade de retenção de água e terra, reduzindo a erosão.
A prefeitura também criou jardins em espaços exíguos ou propensos a inundações.
Outra ideia já posta em prática são as chamadas vagas verdes, isto é, ruas em que áreas equivalentes a uma vaga de carro recebem arbustos e árvores, criando ali um ponto de drenagem de águas pluviais.