Assassinato na Lava-Jato
A misteriosa execução do ex-vice-prefeito baiano que delatou seus comparsas no escândalo da Petrobras. Acompanhe este e outros destaques da 'Última Edição'
Ex-vice-prefeito de Ourolândia (BA), José Roberto Soares, o Roberto do PT, foi executado dentro do carro com nove tiros disparados por um pistoleiro em frente à sede de sua empresa. O assassinato seria mais um de tantos que ocorrem todos os dias pelo Brasil afora, não fosse por um detalhe crucial: dois meses antes, a vítima havia delatado um esquema de arrecadação de propinas na Petrobras.
Roberto era testemunha de um caso investigado pela Operação Lava Jato. Ele revelou à Polícia Federal a sua participação e de um ex-sócio em um esquema que desviou mais de 7 milhões de reais dos cofres da empresa, dinheiro que era repassado ao PT.
Foi o juiz Sergio Moro que levantou a suspeita de que esse caso seja a primeira queima de arquivo, ou assassinato por vingança, da Lava Jato. Num despacho assinado no último dia 26, o magistrado advertiu: “Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e revelou crimes de outros”. E tudo leva a crer que ele tem razão.