Os políticos apanharam feio na Sapucaí. E especialistas ouvidos por VEJA informam que os protestos do Carnaval são o prenúncio de um ano eleitoral quente.
A folia se encerra definitivamente neste sábado 17, no desfile das campeãs, mas a grande maioria dos quinze cientistas políticos e historiadores ouvidos por VEJA não tem dúvida de que o descontentamento captado na festa é um prenúncio do clima que deverá prevalecer na campanha eleitoral deste ano. Somente dois dos quinze estudiosos consultados acreditam que a indignação tenha acabado na Quarta de Cinzas.
“Se tudo permanecer como está, com políticos acusados de corrupção e protegidos por imunidade, a população chegará para votar ainda mais desesperançada”, diz Carlos Montenegro, presidente do Ibope. “O que se viu no Sambódromo foi a fermentação dos sentimentos da sociedade neste período difícil. As escolas não produzem insatisfação, só expressam um sentimento acumulado”, analisa o cientista político Antonio Lavareda. “A Sapucaí de 2018 dialoga com o grito das ruas de 2013.” É o mesmo raciocínio do professor José Álvaro Moisés, da USP. “Dada a gravidade da situação que vivemos, seria inevitável que essa crítica viesse à tona. Portanto, não surpreende”, diz ele.