Os cultos do coronavírus
Em meio à pandemia, igrejas evangélicas Universal, Mundial e Renascer recebem até 3 000 pessoas por culto
O isolamento social propagado por entidades médicas como forma de evitar a contaminação pelo coronavírus não tem sido respeitado por algumas das maiores denominações neopentecostais do Brasil. A Igreja Mundial do Poder de Deus tem recebido 3.000 pessoas em sua sede de São Paulo nas reuniões celebradas por Valdemiro Santiago. A Renascer, da Bispa Sonia, também contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde ao celebrar cultos e louvores — colocando centenas em um mesmo templo. O Templo de Salomão, da Universal, também tem realizado cultos com até 3.500 pessoas.
Com o aumento de mortos e fuga de pessoas do convívio social como um todo, os líderes religiosos estão inovando para minimizar a fuga de dízimos. Valdemiro Santiago colocou no mercado a semente de feijão por valor sugerido de 1.000 reais. Ela teria o poder, entre outras coisas, de curar o coronavírus. O Ministério Público de São Paulo deve investigar o autodenominado apóstolo por estelionato. Já a Bispa Sonia pede para que o momento de crise econômica não seja impedimento para interromper a obrigação de honrar o dízimo. Se for preciso, a religiosa dá uma dica: “faça empréstimo”. Os templos afirmam colocaram apenas 30% de toda a sua capacidade e pedem o uso de máscara por parte de seus frequentadores.