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Meta anuncia que vai treinar sua ferramenta de IA com conteúdo público na União Europeia

Os planos da empresa de Mark Zuckerberg já enfrentam forte resistência na Europa

Por Redação 14 abr 2025, 19h06

A Meta, proprietária do Facebook e Instagram, anunciou planos para iniciar o treinamento de seus modelos de inteligência artificial utilizando interações de usuários com a Meta AI e conteúdo público compartilhado por adultos em suas plataformas na União Europeia. A iniciativa, que deve começar em breve, suscita importantes questões sobre privacidade de dados sob as rigorosas leis europeias.

A empresa afirma que o objetivo é aprimorar seus modelos de IA generativa para melhor refletir culturas, idiomas e história dos europeus. Segundo a Meta, serão utilizados dados como publicações públicas, comentários e consultas feitas à Meta AI, enquanto mensagens privadas e dados de menores de 18 anos serão excluídos do treinamento.

Usuários na UE receberão notificações nos aplicativos e por e-mail explicando quais dados serão utilizados e como isso visa aprimorar a Meta AI. As notificações incluirão um link para um formulário onde os usuários poderão se opor ao uso de seus dados, opção que a empresa promete respeitar.

Críticos, no entanto, apontam que o processo de objeção é complexo e pouco intuitivo, com o formulário escondido nas configurações de privacidade, dificultando o acesso dos usuários a esse direito. A Meta alega seguir práticas já adotadas por concorrentes como Google e OpenAI, que também utilizam dados de usuários europeus para treinar seus modelos de IA. A empresa afirma adotar uma abordagem mais transparente que seus competidores.

Oposição legal e regulatória

Os planos da Meta já enfrentam forte resistência na Europa. No ano passado, o Centro Europeu de Direitos Digitais (Noyb) apresentou queixas em 11 países, alegando que a nova política de privacidade permite o uso “ilegal” de dados pessoais para treinar tecnologia de IA “indefinida”. O Noyb argumenta que a Meta pretende utilizar dados coletados desde 2007 sem consentimento adequado, violando a lei geral de proteção de dados regional, a GPRD.

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Após solicitação da Comissão Irlandesa de Proteção de Dados, principal reguladora da Meta na UE, a empresa suspendeu temporariamente seus planos de desenvolvimento do assistente de IA na Europa. A big tech expressou decepção com o pedido, argumentando que já havia incorporado feedback regulatório e informado as autoridades europeias sobre seus planos desde março de 2024.

A Meta fundamenta sua posição atual em uma decisão do Comitê Europeu de Proteção de Dados de dezembro, que considerou o “interesse legítimo” como possível base legal para desenvolver e implementar modelos de IA na UE. A empresa defende que o treinamento com dados locais é essencial para oferecer uma experiência de qualidade aos usuários europeus.

Além disso, o caso deve ser analisado sob a Lei da IA da UE, adotada em junho de 2024. Embora a IA generativa da Meta não seja classificada como de alto risco, deverá cumprir requisitos de transparência, incluindo: divulgar que o conteúdo foi gerado por IA; projetar o modelo para evitar a geração de conteúdo ilegal; publicar resumos dos dados protegidos por direitos autorais utilizados no treinamento. A implementação completa ocorrerá 24 meses após sua entrada em vigor, com algumas disposições aplicáveis anteriormente.

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Este caso ilustra a tensão entre o avanço tecnológico da IA e a proteção dos direitos de privacidade dos cidadãos europeus. As autoridades regulatórias da UE estão vigilantes para garantir que empresas de tecnologia operem dentro dos limites legais e que os usuários mantenham controle sobre seus dados pessoais no contexto do rápido desenvolvimento da inteligência artificial.

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