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Amazon lança versão brasileira da assistente virtual Alexa

Gigante da tecnologia tenta mais uma vez expandir seu mercado por meio da inclusão de novas línguas no repertório da assistente

Por Sabrina Brito Atualizado em 3 out 2019, 00h00 - Publicado em 3 out 2019, 00h00

É um ano empolgante para os clientes brasileiros da Amazon. Além do lançamento de dois planos com milhões de músicas disponíveis para o usuário, a marca anunciou nesta semana a estreia da versão brasileira da Alexa, assistente virtual inteligente da empresa de Jeff Bezos. Mais do que mera tradução, tratou-se de uma tentativa de adequação da língua da inteligência artificial para o idioma falado no Brasil.

Até agora, as falas e comandos de Alexa haviam sido adaptados para algumas poucas línguas, como japonês e francês (além de seu “nativo” inglês). No dia 3, a Amazon revelou ter construído uma edição totalmente brasileira. Alimentada por milhares de voluntários que testaram e avalariam as versões anteriores, a Alexa brasileira agora conta piadas que só fazem sentido no nosso português, canta hinos de times de futebol, escolhe Rita Lee e Iza como cantoras favoritas e até mesmo responde a memes tupiniquins.

Uma das maiores preocupações dos times de engenheiros e linguistas responsáveis pela adaptação da tecnologia ao nosso idioma foi a informalidade típica do brasileiro, perceptível por meio de contrações e abreviações em sua fala. Além disso, o uso de gírias por parte da assistente virtual é constante. Por exemplo, ao ser cumprimentada com a frase “Suave na nave?”, Alexa responde com um coloquial “De boa na lagoa”.

Sem contar com as novidades, a assistente também é capaz de responder a comandos mais comuns, como tocar determinada música, ler a agenda do dia, determinar o tempo de viagem até o destino do usuário e revelar o placar de um jogo de futebol em andamento. A fala de Alexa é resultado de uma mistura de inteligência artificial com amostras de pessoas reais. “Nós apostamos que a voz é a interface do futuro”, afirmou Michele Butti, diretor internacional de Alexa, no evento de lançamento da assistente brasileira.

Não é a primeira vez em que a Amazon tenta expandir seu mercado por meio da inclusão de novas línguas no repertório da assistente de voz. Em setembro, a empresa anunciou que Alexa poderia passar a falar tanto inglês quanto espanhol em lares norte-americanos. O público-alvo seriam os lares de origem latina, que ganhariam a possibilidade de se comunicar com a inteligência artificial em ambos os idiomas ao mesmo tempo.

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Outra questão a ser lidada pela companhia é a privacidade. Com os recentes reveses ligados ao uso indevido de informações no meio digital (como aquele sofrido pelo Facebook, que acabou levando o CEO Mark Zuckerberg a prestar depoimento frente ao Senado dos Estados Unidos), o público está cada vez mais atento à captação de dados pessoais por empresas de tecnologia. Como forma de tentar contornar o problema, a Amazon incluiu alguns mecanismos em seus produtos, como a opção de desligar os microfones dos aparelhos e tampas que bloqueiam as câmeras de seus dispositivos.

Mas pode não ser suficiente. No mês passado, a norte-americana Sonos foi mais ousada ao revelar a criação de um alto-falante completamente desprovido de microfone interno — isto é, totalmente incapaz de escutar as conversas privadas de seus usuários. Significa, é claro, que o aparelho não consegue receber comandos de voz, pois não os ouve. Para alguns, a impraticidade é um pequeno preço a se pagar pela manutenção da privacidade.

Os produtos da Amazon que incluem a nova versão de Alexa serão vendidos a partir do começo de quarta-feira (03). Entre eles, estão dois alto-falantes inteligentes (chamados Echo e Echo Dot, uma versão compacta do primeiro) . Um outro aparelho, que junta uma tela touchscreen com alto-falantes (denominado Echo Show 5), chegará ao país em novembro. As vendas serão feitas pelo site da Amazon e em algumas lojas físicas de produtos tecnológicos. Os preços vão de R$ 349 a R$ 699. Vale lembrar que alguns produtos de outras marcas também suportam a assistente, inclusive lâmpadas e câmeras produzidas no Brasil.

Resta esperar para ver se o público optará pelo avanço tecnológico da Amazon — que afirma ter como objetivo aproximar as pessoas da tecnologia futurística do universo Star Trek, repleto de naves espaciais e aparelhos fantásticos — apesar dos recentes problemas com a segurança de informações. Seja como for, trata-se de um ano empolgante para os fãs de tecnologia.

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