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Vacinação contra a dengue pelo SUS começa em fevereiro

Ministério da Saúde anunciou estratégia de imunização que deve iniciar por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária mais afetada pela doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 09h23 - Publicado em 25 jan 2024, 11h05

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira, 25, que a vacina contra a dengue será aplicada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de fevereiro.

As regiões de saúde selecionadas para receber as primeiras doses da QDenga, imunizante da farmacêutica japonesa Takeda, seguem três critérios. Um deles é priorizar municípios grandes, com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, além da maior predominância do sorotipo DENV-2.

A vacinação começará pelas crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Segundo a pasta, a seleção de um público-alvo e de regiões prioritárias para a imunização foi necessária por causa da capacidade limitada de doses fornecida pelo laboratório que fabrica a vacina. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no último sábado, 20, em um lote com um total de 1,32 milhão de doses. A próxima remessa, com mais de 568 mil doses, tem entrega prevista para fevereiro.

O Ministério da Saúde também informou que adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.

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País é o primeiro

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público universal. O Ministério da Saúde incorporou o imunizante contra a doença transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti em dezembro de 2023.

Mas a pasta alerta para a continuação de estratégias de enfrentamento das arboviroses, principalmente com o período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas ocasionadas pelo El Niño, somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4. Ou seja, mesmo com a ótima notícia da vacinação incorporada no SUS, vale lembrar que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito, que se reproduz em água parada.

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Números preocupantes

De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas da Saúde, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue nas três primeiras semanas de 2024. No ano passado, houve notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil.

De acordo com a pasta, foram repassados R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença. Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti – sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. O Ministério reforçou ainda que haverá mais um repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde no país.

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