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Vacina universal contra o câncer? Pesquisa da Universidade da Flórida sugere que é possível

Técnica ativa sistema imune e leva à regressão de tumores; embora resultados sejam promissores, imunizantes ainda precisam ser testados em humanos

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 jul 2025, 12h44 • Atualizado em 20 jul 2025, 12h56
  • Um novo estudo da Universidade da Flórida, publicado na última sexta-feira, 18, na revista científica Nature Biomedical Engineering, aponta um possível caminho para o desenvolvimento de uma vacina universal contra o câncer.

    O experimento, realizado em camundongos, demonstrou que a combinação entre a vacina experimental e inibidores de checkpoint imunológico — medicamentos já usados para tratar diversos tipos de câncer — provocou uma resposta antitumoral significativa. Em alguns casos, os tumores foram eliminados por completo.

    Até agora, os esforços para desenvolver vacinas contra o câncer seguiam duas estratégias principais. A primeira era tentar encontrar um antígeno comum — ou seja, uma proteína ou molécula presente em muitos tumores — e criar um imunizante dirigido a esse alvo. A segunda era personalizar a vacina com base no perfil molecular de cada tumor, tornando o tratamento sob medida para cada paciente. A nova abordagem, segundo os autores, sugere um “terceiro paradigma”: usar um estímulo genérico, mas suficiente para ativar o sistema imunológico contra os tumores.

    “O que observamos foi algo inesperado: mesmo uma vacina que não é direcionada a um tumor específico pode gerar efeitos altamente específicos contra o câncer, desde que seja baseada em mRNA [um tipo de material genético que carrega instruções para a produção de proteínas no corpo]”, explicou o oncologista pediátrico Elias Sayour, líder do estudo, em comunicado divulgado pela Universidade da Flórida.

    A tecnologia desenvolvida pela equipe combina nanopartículas lipídicas — pequenas estruturas feitas de gordura que protegem o mRNA — com mRNA sintético, o mesmo princípio utilizado nas vacinas contra o coronavírus. A ideia é “ensinar” o sistema imunológico a reagir com intensidade, como se estivesse combatendo uma infecção viral, ativando células que antes estavam inativas ou ignoravam o câncer.

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    Extensão 

    A pesquisa é uma extensão de descobertas anteriores. Em 2023, a equipe de Sayour conduziu um ensaio clínico com quatro pacientes com glioblastoma, um tipo agressivo de câncer cerebral, usando uma vacina personalizada de mRNA. O estudo mostrou que o sistema imunológico dos pacientes foi rapidamente reprogramado para reconhecer e combater o tumor. Agora, o desafio foi ampliado: substituir a especificidade por uma fórmula mais abrangente e testar se o princípio continuaria funcionando. E funcionou.

    Nos experimentos com camundongos, o uso combinado da vacina ‘genérica’ com os medicamentos, levou à regressão de melanomas, um tipo de câncer de pele resistente a tratamentos. Em outras versões do estudo, com modelos de câncer de osso e de cérebro, a vacina foi usada sozinha e também apresentou efeitos antitumorais – em alguns casos, eliminando completamente os tumores.

    O segredo, segundo os pesquisadores, parece estar na capacidade do mRNA de provocar uma resposta imune semelhante à de uma infecção viral, forçando o sistema a entrar em estado de alerta máximo, o que facilita o reconhecimento das células cancerosas. “Conseguimos fazer com que células T antes inativas se multiplicassem e passassem a destruir o câncer”, disse Sayour.

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    Resultados promissores, mas ainda iniciais

    Os pesquisadores destacam que os resultados, embora promissores, foram obtidos em animais e ainda precisam ser validados em humanos. Essa nova etapa de pesquisa busca adaptar a formulação para testes clínicos e avaliar sua segurança e eficácia em pacientes oncológicos. Se os resultados se confirmarem, o impacto pode ser grande: uma vacina universal que, ao estimular a imunidade, ajuda a derrubar as barreiras dos tumores mais resistentes. “É uma nova maneira de pensar a imunoterapia”, resume Mitchell. “E, se funcionar em humanos, pode mudar completamente a forma como tratamos o câncer.”

    Além disso, vale destacar que o estudo foi financiado por diversas agências federais dos Estados Unidos, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Isso significa que, mesmo que os efeitos se confirmem em humanos, ainda há um longo caminho até que essa tecnologia esteja disponível fora dos centros de pesquisa norte-americanos, inclusive no Brasil.

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