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Vacina contra dengue: pessoas entre 6 e 16 anos terão prioridade

Estratégia foi definida nesta segunda-feira, 15, pelo Ministério da Saúde e segue recomendação da OMS

Por Ligia Moraes
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h23 - Publicado em 15 jan 2024, 18h55

O Ministério da Saúde pretende ofertar a vacina Qdenga, contra a dengue, com prioridade para crianças e jovens entre 6 a 16 anos. A estratégia segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A decisão foi aprovada nesta segunda-feira, 15, em reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), porém ainda precisa ser aprovada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que vai definir quais serão as áreas de distribuição e as especificações sobre o primeiro grupo a ser imunizado.

“De 6 a 16 anos é uma faixa etária que vamos priorizar. Dentro dessa faixa etária, vamos decidir qual grupo será prioritário. Tem a discussão de dentro desse grupo quem hospitaliza mais. Não avançaremos fora desse grupo”, explica Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A decisão sobre qual faixa etária e grupo a vacinação priorizará e a quantidade de doses a ser distribuída aos estados será tomada na semana que vem, em uma reunião marcada para quinta-feira, 25.

Aedes aegypti
‘Aedes aegypti’, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana (VEJA/Dedoc)
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Recomendações das autoridades

A OMS restringiu a aplicação do imunizante para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, de um a dois anos antes do seu contato endêmico com a doença. Ou seja, aquelas de 4 e 5 anos não deveriam ser incluídas como prioritárias na vacinação.

A Qdenga é indicada para quem tem mais de 4 anos e para adultos com até 60 anos, pois ainda não existem estudos que avaliem a eficácia e a segurança da vacina para crianças com menos de 4 anos e para adultos com mais de 60 anos – mesmo que, segundo a Anvisa, os grupos mais vulneráveis aos casos graves e mortes por dengue sejam crianças pequenas e idosos.

Incorporação da vacina

Em dezembro, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público.

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A Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma, a princípio não será oferecida em grande escala pela capacidade restrita de doses do laboratório. Serão cerca de 5 milhões de doses fornecidas entre fevereiro e novembro. Contudo, a quantidade de doses pode chegar a 6 milhões, visto que o Ministério da Saúde ainda está negociando para receber doações.

Com início previsto em fevereiro, a aplicação completa do imunizante requer duas doses – com intervalo de 3 meses entre elas. Dessa forma, no máximo 3 milhões de pessoas serão vacinadas em 2024. O mesmo imunizante é oferecido na rede privada, onde o preço ofertado varia de 300 a 800 reais a dose.

Pode receber o imunizante quem já teve dengue e também quem nunca foi infectado. No entanto, gestantes, lactantes e pessoas com alergia a algum dos componentes presentes no imunizante, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora não podem ser vacinadas com a Qdenga.

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Aumento dos casos de dengue

Após marca histórica em 2022, o Brasil ultrapassou novamente mil mortos pela dengue em 2023, de acordo com atualização do painel de arboviroses do Ministério da Saúde.

No início de dezembro, o Ministério da Saúde divulgou um boletim mostrando um aumento de 15,8% nos casos de dengue no Brasil em 2023, em comparação ao ano anterior. As ocorrências saltaram de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão. Já este ano, os casos superam os 10 mil e há sete mortes em investigação.

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