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Usa o celular para acalmar seu filho? A prática é perigosa, diz estudo

Crianças com muito tempo de tela tiveram aumento da desregulação emocional, principalmente os meninos

Por Diego Alejandro
18 jan 2023, 15h56

À medida que os pais tentam realizar várias tarefas e riscar itens na lista de materiais escolares durante a movimentada temporada de férias, pode ser tentador ocupar seus filhos pequenos ou indisciplinados com um dispositivo digital. Essa estratégia, no entanto, pode levar a desafios no futuro, de acordo com um novo estudo da Michigan Medicine, publicado no JAMA Pediatrics.

A pesquisa descobriu que o uso frequente de dispositivos como smartphones e tablets para acalmar crianças chateadas e entediadas de 3 a 5 anos é associado ao aumento da desregulação emocional, principalmente em meninos. “Parece uma ferramenta inofensiva e temporária para reduzir o estresse em casa, mas se vira algo habitual, pode haver consequências de longo prazo ”, disse Jenny Radesky, pediatra de desenvolvimento comportamental no Hospital Infantil C.S. Mott e principal autora do estudo. “Particularmente na primeira infância, os dispositivos podem deslocar as oportunidades de desenvolvimento de métodos independentes e alternativos de autorregulação”, completou.

A pesquisa da Michigan Medicine incluiu 422 pais e 422 crianças de 3 a 5 anos, que participaram entre agosto de 2018 e janeiro de 2020. A equipe de cientistas analisou a resposta dos cuidadores em lidar com situações estressantes em associação a sintomas de emoção reativa ou desregulação, durante seis meses.

Entre os pais observados, 8,5% relataram ser muito propensos a usar dispositivos móveis para acalmar seus filhos quando estão chateados e já conseguiam observar hiperatividade, impulsividade e um temperamento forte que os tornam mais propensos a reagir intensamente a sentimentos como raiva, frustração e tristeza.

Radesky explica que há algumas alternativas ao tempo de tela, que podem incluir técnicas sensoriais como balançar, ouvir música ou ler um livro. Os pais também podem evitar acessos de raiva relacionados à tecnologia definindo tempo de uso e dando às crianças expectativas claras de quando os dispositivos podem ser usados.

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