Uma nova caneta pode revolucionar o mercado de saúde – dessa vez para tratar a hemofilia
Anvisa aprovou o Alhemo, da Novo Nordisk, na última segunda-feira, 14

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta semana, o primeiro tratamento preventivo injetável para pessoas com hemofilia. A caneta Alhemo, produzida pelo Novo Nordisk, é preenchida com o concizumabe e deve ajudar no controle adequado do sangramento em pessoas acometidas com a formas A e B da doença.
Em um estudo clínico com 133 homens de 27 países diferentes, a caneta de uso diário se mostrou capaz de reduzir os episódios de sangramento espontâneo e traumático em 86% dos pacientes. Os indivíduos que fizeram o tratamento preventivo tiveram, em média, apenas 1,7 episódio de sangramento durante o ano, contra 11,8 episódios em quem não fez o tratamento.
O tratamento deverá aumentar o conforto dos indivíduos acometidos com hemofilia. “Um paciente com hemofilia pode ter sangramentos excessivos, mesmo com pequenos cortes ou lesões. Os desafios enfrentados são diários, inclusive para manter a adesão ao tratamento, especialmente crianças, que podem ter dificuldades com aplicações frequentes”, disse Priscilla Mattar, vice-presidente da área médica da Novo Nordisk no Brasil, em comunicado. “Por isso, a aprovação de Alhemo representa um avanço importante, trazendo a primeira caneta pré-preenchida para esse público. Essa inovação proporciona mais liberdade e praticidade, ajudando a reduzir barreiras ao tratamento e melhorando a experiência dos pacientes e cuidadores. A Novo Nordisk segue comprometida com soluções que facilitam a vida de quem convive com doenças raras, promovendo mais qualidade de vida e bem-estar.”
Outros avanços
Nesta semana, uma outra novidade também foi bem recebida por essa comunidade. Uma terapia gênica se mostrou capaz de estimular a expressão do fator IX em pessoas com hemofilia B, um dos elementos da coagulação deficientes em pessoas com essa doença.
O ensaio clinico de fase 2, cujos resultados foram publicados na última quarta-feira 16, no New England Journal of Medicine, contou com 15 participantes com hemofilia B moderada ou severa. Eles receberam uma injeção de fidanacogene elaparvovec, um vetor viral que manteve o efeito de inibir os sangramentos a longo prazo, com poucos efeitos colaterais em um período de três a seis anos.
O tratamento foi aprovado pelo FDA, a agência reguladora estadunidense, em abril de 2024.
O que é hemofilia?
Dia 17 de abril é considerado o Dia Mundial da Hemofilia, uma doença congênita e hereditária que afeta a coagulação, o que faz com que os pacientes percam muito sangue quando sofrem ferimentos. Enquanto o tipo A é causado por deficiência no fator de coagulação VIII, o tipo B é causado por deficiência no fator IX. Ambas podem variar de leves a graves a depender da quantidade desses elementos que cada um dos pacientes tem no sangue.