A explosão do turismo da vacina no mundo
Dados do Estado da Flórida apontam para milhares de forasteiros visitando a região para receber as agulhadas; brasileiros estão entre os visitantes

O avanço irregular da vacinação contra a Covid-19 ao redor do mundo começou a movimentar um tipo de turismo dedicado à receber agulhadas de imunizantes contra o novo coronavírus. Alguns países como Estados Unidos, Rússia e Cuba posicionaram-se sobre os casos. Entre os identificados como afeitos a fazer as malas em busca da imunização, surgem relatos de brasileiros que saíram do país com destino aos Estados Unidos, onde há ampla oferta de imunizantes.
No estado da Flórida não é solicitado comprovante de residência em áreas de aplicação, o que tem causado uma volumosa presença de estrangeiros. De acordo com levantamento da secretaria de saúde local, são por volta de 210.0000 pessoas que não residem no estado que receberam a imunização até ontem. Para se ter uma ideia, a vacinação total ultrapassa as 8,9 milhões de doses. A definição mais recente sobre a vacinação de não residentes ocorreu em 30 de abril, quando membros da divisão de controle de emergências local afirmaram que as aplicações devem declarar, apenas verbalmente, se são residentes, ou em razão de trabalho.
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Outro aceno nesse sentido veio pelo governador do estado do Alasca, Mike Dunleavy, ao anunciar — há duas semanas — em sua página do Twitter que qualquer viajante que chegasse à região, pelo aeroporto, a partir de junho receberia doses de imunizantes. De acordo com o jornal The New York Times, trata-se de uma potente ação de marketing para aquecer o turismo no entorno. Por enquanto, há uma série de restrições para que brasileiros entrem no país, as exceções cabem aos estudantes com visto, alguns profissionais, residentes permanentes, além de filhos e cônjuges de estadunidenses. Para chegar ao país, evidentemente, é preciso realizar quarentena por 14 dias.
Em fevereiro, Cuba anunciou que vacinaria os turistas com sua vacina Soberana 2. A peça publicitária trazia o slogan: “praias, Caribe, mojito e vacina. Tudo em um só lugar”. O imunizante está em fase 3 de testes, com previsão de resultados em maio, de acordo com a rede Al Jazeera.
Outro país que ensaiou um movimento parecido foi a Rússia, com sua vacina Sputnik V. Na página oficial do imunizante no Twitter, foi escrito, em abril, que um programa de turismo e vacinação seria lançado em julho. O Fundo de Investimento Direto da Rússia não deu mais esclarecimentos sobre o caso.
Em menor distância, a vacinação de pessoas que moram em regiões de fronteira no Brasil também mobiliza os Ministérios da Saúde locais. Conforme VEJA publicou, o governo do Rio Grande do Sul tem negociado com o Uruguai, por meio de videoconferências, a vacinação conjunta nos territórios fronteiriços.
Confira o avanço da vacinação no Brasil