Tratamento reduz em 37% o risco de morte por câncer de próstata
Estudo da Pfizer demonstrou ainda queda na progressão da doença e foi apresentado em evento da Sociedade Americana de Oncologia Clínica
Um tratamento apresentado pela farmacêutica Pfizer nesta quinta-feira, 16, demonstrou capacidade de reduzir em 37% os riscos de morte por câncer de próstata com metástases e a progressão da doença em um estudo de fase 3 realizado com 1.106 pacientes. Os dados foram apresentados durante o Simpósio de Câncer Genitourinário da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO GU), mas ainda serão revisados por pares e publicados em revista científica.
Para o ensaio, os pesquisadores selecionaram homens diagnosticados com câncer de próstata metastático resistente à castração, quando tumores se espalharam e o quadro continuou avançando mesmo com tratamento para diminuição da testosterona. A condição acomete 10% a 20% dos pacientes em até sete anos após o diagnóstico da doença. No estudo, duplo-cego e controlado por placebo, parte dos pacientes recebeu a combinação dos medicamentos Talzenna e Xtandi. Os demais foram tratados com placebo e Xtandi.
Na proposta de tratamento, o diferencial é o uso do Talzenna, que tem aprovação em mais de 70 países, mas para casos de câncer de mama. A aposta em lesões na próstata se deu após análises indicarem seu potencial contra outros tipos de tumor.
“Além de retardar a progressão da doença, essa combinação retardou o tempo para a quimioterapia sem afetar adversamente a qualidade de vida do paciente. Os resultados apoiam o potencial dessa combinação para mudar a prática, com eficácia forte e altamente consistente, nesses pacientes”, disse, em nota, Neeraj Agarwal, autor do estudo e professor de oncologia no Huntsman Cancer Institute, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos.
Segundo a Pfizer, com os resultados, a agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu a revisão prioritária para um novo medicamento combinando as duas drogas. Essa concessão é feita quando remédios demonstram potencial para fornecer avanços no tratamento de doenças ou que podem ser uma nova terapia para episódios que não progridem com as opções disponíveis. A Pfizer espera que a decisão seja divulgada ainda neste ano.
O tratamento apresentou segurança e os eventos adversos mais comuns foram: anemia, fadiga, diminuição da contagem de plaquetas, dor nas costas, queda na contagem de glóbulos brancos e diminuição do apetite.
De acordo com a American Cancer Society, um em cada oito homens deve receber o diagnóstico da doença ao longo da vida e os casos são mais comuns a partir dos 65 anos.