Suplementos da marca ‘Lipo sem Corte’ são proibidos pela Anvisa
Agência informou que produtos não têm registro e determinou apreensão; empresa nega irregularidades e diz que não comercializa suplementos citados

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta quinta-feira, 31, a proibição e apreensão de suplementos da marca Lipo sem Corte. Segundo a agência, os produtos eram fabricados por empresa desconhecida e eram anunciados e vendidos sem registro. Em conversa com VEJA, a proprietária da marca, Jesielle Dalessi, negou as irregularidades e informou que não trabalha com os itens proibidos, incinerados no ano passado.
A resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e vale para todos os lotes dos produtos “Detox Fit”, “Intensy” e “Lipo sem Corte”. Além da apreensão, a agência proibiu a comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso dessas linhas.
“A medida foi motivada porque os suplementos eram fabricados por empresa desconhecida, além de serem anunciados e vendidos sem o registro da agência”, informa o comunicado. “Produtos sem registro não oferecem garantia de qualidade, segurança e eficácia, representando sérios riscos à saúde. Por isso, a Anvisa não recomenda a sua utilização”, completa.
A agência explicou que a determinação de apreensão vai permitir que autoridades locais possam agir se identificarem a venda do produto.
Empresa nega irregularidades
A reportagem entrou em contato com a empresa Lipo sem Corte e conversou com a proprietária, Jesielle Dalessi, que negou qualquer tipo de irregularidade e informou que não trabalha com os produtos. Eles não aparecem disponíveis no site da marca.
Ela relatou que a empresa existe há quatro anos e, há cerca de um ano e meio, foi notificada pela Anvisa sobre os produtos citados na proibição. Jesielle afirma que, quando comercializou os itens, comprados de outra empresa, desconhecia que eles não tinham aval da agência. Diante disso, afirma que regularizou a situação.
“Eu fiz tudo que, na época, a Anvisa local solicitou. Incinerei absolutamente todos os produtos que foram apreendidos e os tirei de linha. Imediatamente, corri atrás para fazer o certo e lancei uma nova linha no mesmo CNPJ que eles dizem estar proibidos de vender, sendo que esses produtos, hoje comercializados, estão dentro da lei”, disse.
A empresária enviou para a reportagem documentos para confirmar a incineração dos produtos com data de 2024. Ela disse que quitou as multas referentes ao caso e que os itens não são mais vendidos.
“Esses produtos que eles falam não existem desde então. Todas as medidas cabíveis serão tomadas a respeito dessa calúnia e difamação.”
Em nota, a Anvisa disse que “no decorrer do processo administrativo sanitário, toda empresa que é autuada possui direito à defesa e ao contraditório, podendo apresentar seus esclarecimentos”.