Sputnik V tem 97,6% de eficácia na prática, diz estudo russo
Pesquisadores na Rússia avaliaram 3,8 milhões de pessoas que receberam o imunizante; análise ainda não foi publicada em revista científica
A vacina russa Sputnik V demonstrou eficácia de 97,6 % na vida real, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira, 19, pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya do Ministério da Saúde da Federação Russa e o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês). Neste caso, a eficiência da vacina – ou seja, seu comportamento na prática – mostrou-se melhor que a eficácia – sua capacidade de prevenção avaliada durante os testes clínicos. Em geral, acontece o oposto.
“Dados publicados pelo jornal médico The Lancet demonstraram a eficácia da Sputnik V em 91,6%. A análise dos dados da taxa de infecção de quase 4 milhões de pessoas vacinadas na Rússia mostra que a eficácia da vacina é ainda maior, chegando a 97,6%. Esses dados confirmam que a Sputnik V apresenta uma das melhores taxas de proteção contra o coronavírus entre todas as vacinas.”, disse Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, em comunicado.
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O estudo baseou-se na análise de 3,8 milhões de pessoas que receberam o imunizante na Rússia entre dezembro de 2020 e março de 2021, como parte do programa de vacinação em massa no país. Os resultados mostraram que a taxa de infecção a partir do 35º dia após a aplicação da primeira dose foi de apenas 0,027%, em comparação com 1,1% entre a população não vacinada em um período de 35 dias após o início da campanha de vacinação.
Vale ressaltar que a proteção da Sputnik V demanda a aplicação de duas doses, com 21 dias de intervalo entre elas. Portanto, neste estudo, a eficiência do imunizante foi avaliada duas semanas após a segunda injeção, que é o tempo que o organismo leva para gerar uma resposta imunológica robusta. Os dados ainda precisam ser revisado por pares e publicados em uma revista científica. O que deve ocorrer em maio, segundo comunicado.
A Sputnik V já teve seu uso autorizado em 60 países. No Brasil, a aprovação de uso emergencial pela Anvisa ainda está pendente devido à falta de documentos.