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Síndrome nefrótica: o que é e quais os sinais da condição renal que afeta filha de Junior Lima?

Cantor e esposa usaram redes sociais para alertar sobre importância do diagnóstico precoce; perda de proteínas na urina é uma das características da condição

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2025, 19h13 - Publicado em 22 jul 2025, 15h32

O cantor Junior Lima e a esposa, a designer Mônica Benini, usaram as redes sociais, nesta terça-feira, 22, para compartilhar que a filha do casal, Lara, de 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma condição que afeta os rins e provoca a perda de proteínas pela urina.

A princípio, os dois suspeitaram de uma alergia, já que a pequena apresentava episódios de olhos inchados. Ela chegou, inclusive, a ser levada a diversos alergistas. “Com o tempo, conseguimos o diagnóstico de que, na verdade, a Lara estava com uma doença chamada síndrome nefrótica, que afeta os rins e pode ser muito séria se não for tratada”, declarou Junior no vídeo.

O que é a síndrome nefrótica?

Segundo o nefrologista Américo Cuvello, coordenador do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a síndrome nefrótica reúne um grupo de sinais e sintomas causados por problemas na parte dos rins que filtra o sangue — uma espécie de “peneira” chamada ‘membrana de filtração’. Quando essa membrana não funciona direito, proteínas importantes acabam passando para a urina, e o corpo perde o equilíbrio dos líquidos.

“É comum o paciente procurar o médico ao perceber um inchaço no rosto, nos pés ou nas pernas. Esse é o sinal mais típico da síndrome nefrótica”, explica o médico — daí a razão de a condição, muitas vezes, ser confundida com um quadro alérgico. Outro sinal que pode chamar atenção é a urina espumosa, causada pela presença excessiva de proteínas.

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Além disso, a perda de proteínas pode alterar exames de sangue, como o aumento do colesterol e triglicérides, e também aumentar o risco pressão alta e trombose. Em crianças, a síndrome pode levar a atrasos no crescimento e a deficiências nutricionais importantes. “Pode haver perda de cálcio dos ossos, deficiência de vitamina D, unhas frágeis e até queda de cabelo”, destaca o manual médico MSD Manuals.

De modo geral, a síndrome nefrótica não é rara. A estimativa é que a doença atinja de 2 a 7 a cada 100 mil crianças por ano — o que não é muito, mas também não chega a ser tão incomum assim. Porém, quando se trata da síndrome nefrótica congênita, doença renal grave que se manifesta logo após o nascimento, o cenário é outro. Como tem origem hereditária, essa forma não costuma responder aos tratamentos convencionais e muitas vezes o bebê precisa de suporte com medicações, diálise e, em alguns casos, até transplante renal. Já a forma não congênita, costuma aparecer em crianças um pouco maiores, geralmente entre 2 e 6 anos de idade, com pico no terceiro ano de vida.

Causas e diagnóstico

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Nas crianças, a causa mais comum da síndrome nefrótica é uma alteração chamada síndrome de lesão mínima, que envolve mudanças nas células dos rins conhecidas como podócitos. “Não sabemos exatamente por que isso acontece, é uma alteração sem causa clara, mas na maioria das vezes a evolução é boa”, afirma Cuvello. Já em adultos, a síndrome pode estar ligada a doenças como diabetes e costuma ser mais complexa.

Para diagnosticar, os médicos começam com exames simples, como o teste de urina para detectar proteínas, e exames de sangue para avaliar a função dos rins. Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia, retirando uma pequena amostra do rim para estudo, mas em crianças isso nem sempre é feito logo no início. “Como a síndrome de lesão mínima é comum e responde bem ao tratamento, muitas vezes começamos a tratar antes da biópsia e avaliamos a resposta”, explica o nefrologista.

Como é o tratamento?

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O tratamento depende da causa e da gravidade. Ele pode incluir:

  • Medicamentos para reduzir o inchaço (diuréticos);

  • Remédios que protegem os rins e reduzem a perda de proteínas;

  • Corticoides para controlar a inflamação, quando a causa envolve o sistema imunológico;

  • Em alguns casos, remédios para prevenir coágulos (anticoagulantes) e para controlar o colesterol (estatinas).

No caso da síndrome da lesão mínima, por exemplo, o tratamento costuma ser feito à base de corticoides. Já quando a perda de proteínas pela urina está relacionada a causas secundárias – o que ocorre mais nos adultos -, o foco deve ser o tratamento da condição subjacente. Por exemplo: se a síndrome nefrótica for provocada por uma doença tratável, como certos tipos de câncer, tratar essa doença pode eliminar a síndrome. Da mesma forma, se medicamentos ou drogas ilícitas estiverem na origem do problema, a interrupção do uso pode resolver o problema.

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A alimentação também é uma parte importante do tratamento, com controle de sal, líquidos e gorduras. Segundo o MSD Manuals, corrigir deficiências nutricionais é fundamental para o crescimento infantil e para evitar complicações como a osteoporose.

A boa notícia, segundo Cuvello, é que a maioria das crianças com síndrome nefrótica responde bem ao tratamento. “Com o tratamento certo, muitos pacientes melhoram bastante, perdem o inchaço e a perda de proteínas pode parar. Às vezes, chegam até a ficar completamente livres da doença.” Mas o acompanhamento médico é fundamental, já que a síndrome pode voltar e exigir ajustes no tratamento.

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