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Saiba o que é sarcopenia, um dos principais indicadores de risco de morte em idosos

Estudo indica que teste pode ser mais relevante que o índice de síndrome de fragilidade

Por Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP
19 mar 2025, 16h00

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (Reino Unido) mostrou que a sarcopenia deve ser considerada um indicador de risco de morte mais preocupante do que a síndrome da fragilidade. Esse achado, descrito no Journal of Epidemiology and Community Health, auxilia na prática clínica e na triagem de pacientes em risco sem a necessidade de exames complicados.

Fragilidade e sarcopenia são duas síndromes bastante frequentes no envelhecimento, que têm em comum fraqueza muscular e lentidão da marcha e que ajudam a predizer o risco de morte. Na sarcopenia há perda significativa de força, massa muscular e desempenho físico. Já a fragilidade tem um aspecto mais global, podendo ser caracterizada pela presença de três ou mais dos seguintes fatores: perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza muscular, diminuição da velocidade de caminhada e baixo nível de atividade física.

Vale explicar que os especialistas classificam como “provável sarcopenia” quando o idoso apresenta somente fraqueza muscular. Já este sintoma associado à baixa quantidade de massa muscular fecha o diagnóstico de sarcopenia. E, quando esse quadro é acompanhado de lentidão da marcha, identifica-se a presença de sarcopenia grave.

“Nem todas as pessoas idosas vão desenvolver sarcopenia ou fragilidade. Mas, em geral, quem tem fragilidade tem sarcopenia. Por isso, a importância desse estudo em direcionar o profissional de saúde na avaliação de risco, como uma forma de auxiliá-lo na tomada de decisão para melhores tratamentos”, afirma Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo, que foi financiado pela FAPESP.

Os pesquisadores analisaram dados de 4.597 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), o estudo longitudinal de saúde da Inglaterra, acompanhados durante 14 anos. E identificaram que, quando a fraqueza muscular era definida pela força da mão menor do que 36 quilos (kg) para homens e 23 kg para as mulheres, o risco de morte foi 17% maior para pessoas idosas com provável sarcopenia, 31% com sarcopenia e 62% com sarcopenia grave, quando comparadas a participantes sem a doença. Por outro lado, o risco de morte foi 49% maior para idosos com fragilidade quando comparado com aqueles sem fragilidade. A condição de “pré-fragilidade” não foi associada a aumento do risco de morte em pessoas idosas.

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“Avaliar fragilidade não é complicado, mas acaba sendo mais demorado, pois requer questionários que analisam exaustão e baixo nível de atividade física, além de avaliação da perda de peso não intencional, da força da mão e da velocidade de caminhada. O diagnóstico da sarcopenia é mais simples, feito pela avaliação da quantidade de massa muscular, da força da mão [um indicativo da força global] e da velocidade de caminhada em metros por segundo, sendo que a massa muscular pode ser estimada no consultório com dados relativos a idade, sexo, peso, altura e raça da pessoa idosa”, explica o pesquisador.

Pontos de corte

No meio científico há ainda uma controvérsia sobre qual seria o melhor valor de força da mão capaz de definir fraqueza muscular. Alexandre e os demais autores do artigo defendem a necessidade de aumentar os valores para uma triagem mais acurada (leia mais em: agencia.fapesp.br/39770).

Os pontos de corte variam desde 36 kg e 23 kg (os mais altos) para homens e mulheres, respectivamente, até 26 kg e 16 kg (os mais baixos). “Nesta pesquisa, analisamos a sarcopenia com os cinco pontos de corte mais frequentes na literatura. E, com isso, identificamos que os mais altos foram os mais eficazes para predizer o risco de morte quando as duas condições – sarcopenia e fragilidade – são postas no mesmo modelo matemático”, afirma.

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O estudo Frailty or sarcopenia: which is a better indicator of mortality risk in older adults? pode ser lido em: https://jech.bmj.com/content/early/2024/10/11/jech-2024-222678.

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