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Rio de Janeiro confirma epidemia de dengue e DF terá hospital de campanha

País enfrenta alta de casos e, apenas em janeiro, foram 262.247 notificações e 29 mortes; vacinação de crianças de 10 a 14 anos começa neste mês

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h33 - Publicado em 2 fev 2024, 18h49

Com número elevado de casos de dengue, a cidade do Rio de Janeiro enfrenta no momento uma epidemia da doença e implementou um plano de contingência nesta sexta-feira, 2, segundo anúncio do prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ). A infecção pelo vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também tem levado a mobilizações no Distrito Federal, onde será instalado um hospital de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi aberto um edital emergencial para contratação do serviço de fumacê.

A ação de combate ao mosquito na capital fluminense vai ter diferentes frentes, desde a entrada compulsória em imóveis abandonados, passando pelo uso de carros fumacê e abertura de dez polos de atendimento, além de destinação de leitos exclusivos para pacientes com a infecção em hospitais municipais.

Paes cobrou a participação da população para evitar criadouros do mosquito em casa. “Diante dos números crescentes de casos de dengue na cidade caracterizando uma epidemia da doença, queria lembrar algumas coisas para a população. Vidas se perdem em razão da dengue. A absoluta maioria dos casos a pessoa pega em casa ou perto do local onde mora por absoluto descuido com a história de água parada”, afirmou.

Apenas no início deste ano, a cidade já contabiliza mais de 10 mil casos da doença. Em todo o ano passado, foram 22.959 notificações. O Brasil enfrenta alta de episódios de dengue. Segundo o Ministério da Saúde, em janeiro, foram registrados 262.247 casos e 29 mortes no país. Distrito Federal, Minas Gerais e Acre lideram o ranking de taxas mais altas de incidência.

Hospital de campanha no Distrito Federal

No Distrito Federal, o boletim epidemiológico desta quinta-feira, 1º, apontou que houve o registro de 29,5 mil casos desde o início de 2024. Seis pessoas morreram. Nesta semana, o governo do Distrito Federal anunciou que terá prioridade para receber as primeiras doses da vacina contra a dengue e que contará com um hospital de campanha da FAB com 60 leitos para atendimento dos pacientes.

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“As tendas que instalamos se mostraram muito corretas. Estão tendo uma procura muito efetiva, com 1,5 mil atendimentos por dia. Em razão disso, vamos ampliar ainda mais a assistência”, anunciou, em coletiva, o secretário da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha. Foi aberto ainda um edital emergencial no valor de R$ 10,2 milhões para contratação de fumacê.

A dengue tem colocado o mundo em alerta por estar se alastrando em novas e antigas regiões com ajuda das mudanças climáticas, que criam condições propícias para a reprodução e proliferação dos mosquitos. Desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o tom ao se debruçar sobre dados e constatar que, em 2022, as taxas de infecção aumentaram oito vezes em relação ao ano 2000.

Vacinação contra a dengue

Em outubro, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

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O Ministério da Saúde anunciou que vai seguir a recomendação da entidade e ofertar o imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde. A previsão é de que a vacinação tenha início neste mês com a faixa de 10 a 14 anos, a mais afetada pela doença.

Segundo Nísia, a incorporação da vacina é “uma esperança para o combate à doença”, no entanto, não será possível ter impactos em curto prazo por causa da baixa disponibilidade de doses no momento. No mês passado, o país recebeu cerca de 750 mil doses, parte da primeira remessa com 1,32 milhão de doses adquiridas pelo governo brasileiro. Até novembro, está prevista a chegada escalonada de 5,2 milhões de doses.

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