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Primeira pessoa curada do HIV morre de câncer nos EUA

O americano Timothy Ray Brown, conhecido como o 'paciente de Berlim', lutou nos últimos 6 meses contra uma recaída da leucemia

Por Da Redação Atualizado em 1 out 2020, 09h51 - Publicado em 30 set 2020, 13h27

Timothy Ray Brown, mundialmente conhecido como o “paciente de Berlim”, quando se tornou a primeira pessoa a ser curada do HIV em 2008, morreu aos 54 anos, vítima de câncer. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 30, pela Sociedade Internacional de AIDS (Ias).

“Nos últimos seis meses, Timothy viveu uma recaída da leucemia, que afetou sobretudo o cérebro, mas permaneceu protegido do vírus HIV”, destacou a IAS em comunicado. Seu companheiro havia anunciado na semana passada que Timothy estava em fase terminal. “Timothy não está morrendo de HIV, só para ficar claro”, disse Tim Hoeffgen ao blog do escritor e ativista Mark King.

Cura

Em 1995, quando morava em Berlim, na Alemanha, Brown soube que havia sido contaminado com o vírus HIV. Em 2006 foi diagnosticado com leucemia. Para tratar o câncer, um médico da Universidade Livre de Berlim usou um transplante de células-tronco de um doador que tinha uma mutação genética rara que lhe deu uma resistência natural ao HIV, na esperança de curar as duas doenças.

LEIA TAMBÉM: Paciente brasileiro está livre do HIV. O que isso significa?

Foram necessários dois procedimentos dolorosos e de alto risco, mas o resultado foi um sucesso: em 2008, Brown foi declarado livre da aids e do câncer. Quando o marco médico foi anunciado, ele foi apresentado como o “paciente de Berlim” em uma conferência médica para preservar seu anonimato. Dois anos mais tarde, Timothy decidiu quebrar o silêncio e se tornar uma figura pública, concedendo entrevistas e participando em conferências.

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“Sou a prova viva de que pode haver cura para a aids”, disse à AFP em 2012. Desde então, apenas outra cura, em março de 2019, foi anunciada graças ao mesmo método: o “paciente de Londres”, que também acabou revelando sua identidade, Adam Castillejo.

A complexidade e os riscos associados ao tratamento com o transplante de células-tronco impedem a generalização, sobretudo porque os antirretrovirais permitem em geral que o paciente tenha uma vida normal com o HIV.

Com AFP

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