Prevenção da saúde cardiovascular começa na cintura
Campanha da Novo Nordisk reforça a importância de medir a circunferência abdominal como alerta precoce para doenças do coração
Um abraço pode salvar vidas. Por trás da mensagem simbólica está uma recomendação prática: medir a circunferência abdominal. O acúmulo de gordura nessa região é um dos principais marcadores de risco cardiovascular.
No mês do coração, a Novo Nordisk reforça a importância dessa atenção com a campanha A Medida do Abraço, que leva informação e conscientização para farmácias, espaços públicos e, sobretudo, para dentro de casa.
A circunferência abdominal como sinal de alerta
De acordo com o cardiologista André Feldman, as pessoas que acumulam gordura no abdômen têm risco cardiovascular muito maior do que aquelas que a concentram nas coxas e glúteos. “O excesso de gordura abdominal, especialmente a visceral, provoca um estado inflamatório silencioso no organismo que aumenta a pressão arterial, altera o metabolismo da glicose e sobrecarrega o coração”, explica o especialista.
Não à toa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ultrapassar 102 centímetros de circunferência abdominal para homens e 88 centímetros para mulheres está diretamente relacionado a maior risco de hipertensão, infarto, diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC).¹
Da cintura ao coração: um elo perigoso
A gordura visceral não se limita à barriga: ela pode infiltrar-se no fígado, no sistema musculoesquelético e até nos vasos sanguíneos, prejudicando suas funções. Esse processo acelera a resistência à insulina, fator determinante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, que, por sua vez, dobra o risco de morte por complicações cardiovasculares, conforme apontam estudos da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).²
“No coração, o impacto também é direto: a infiltração de gordura pode comprometer a função de bombeamento, favorecer arritmias e sobrecarregar as artérias coronárias”, alerta o cardiologista Silvio Póvoa.
Por que a gordura se concentra no abdômen?
Segundo a endocrinologista Paula Pires, a explicação para o acúmulo de gordura abdominal vai além do estilo de vida, como sedentarismo e alimentação inadequada. “Existe uma forte influência genética — há pessoas com braços e pernas magros, mas com excesso de gordura concentrada na barriga, um padrão que muitas vezes se repete na família. Além disso, o estresse também desempenha papel importante, já que eleva a produção de cortisol, hormônio que favorece o depósito de gordura visceral. Alterações hormonais, como as que ocorrem na menopausa, intensificam ainda mais esse processo: com a queda do estrogênio, a gordura tende a se concentrar no abdômen.”
O peso do tempo
Manter a circunferência abdominal acima dos limites por anos consecutivos aumenta substancialmente o risco de complicações cardiovasculares. Uma análise publicada na revista Nature Reviews Endocrinology demonstrou que permanecer seis anos com excesso de gordura abdominal eleva em até 163% a probabilidade de desenvolver doença cardíaca.³
Mais do que o IMC
Embora o Índice de Massa Corporal (IMC) seja amplamente utilizado, ele não mostra a distribuição da gordura. Uma pessoa pode ter IMC dentro da faixa considerada normal e, ainda assim, apresentar circunferência abdominal acima do recomendado, o que eleva o risco cardiometabólico.
Por isso, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomendam incluir a medição da cintura na avaliação clínica.⁴ “É uma medida simples, acessível e rápida. Com uma fita métrica, conseguimos avaliar de forma prática a saúde metabólica do paciente”, afirma Feldman.
Como funciona A Medida do Abraço
A campanha da Novo Nordisk distribui fitas métricas em formato de abraço em farmácias e espaços públicos, estimulando o autoteste. O passo a passo é simples:
- Meça sua barriga em jejum ou entre refeições para evitar distorções.
- Coloque a fita na altura do umbigo, entre a última costela e a ponta do osso do quadril.
- Fique ereto, pés alinhados aos ombros e sem contrair o abdômen.
- Respire fundo três vezes e registre após soltar o ar.
- Compare o valor com as referências da OMS.
- Caso ultrapasse os limites, procure orientação médica para avaliação detalhada.
O gesto é um convite ao autocuidado: identificar precocemente fatores de risco permite agir de forma preventiva e responsável.
Mas, atenção: medir a cintura é apenas o primeiro passo. “O acompanhamento médico permite avaliar o contexto completo de cada paciente, investigar outras alterações metabólicas e direcionar o tratamento de forma responsável”, afirma Póvoa.
Ele também faz um alerta: “O que serve para uma pessoa pode não servir para outra — por isso a avaliação individualizada é fundamental”.
Conectar, agir, cuidar
A Medida do Abraço não é apenas uma campanha: é um convite para transformar um gesto simples em cuidado contínuo. No Dia Mundial do Coração (29 de setembro), a mensagem ganha ainda mais relevância — medir a cintura pode ser o primeiro passo para salvar vidas.
Faça seu autoteste em www.amedidadoabraco.com.br.
Referências
- World Health Organization (WHO). Waist circumference and waist–hip ratio: report of a WHO expert consultation. Geneva: WHO; 2008. Disponível em: Waist circumference and waist-hip ratio: report of a WHO expert consultation. Acessado em: 8 set 2025.
- European Society of Cardiology (ESC). Diabetes and cardiovascular disease: a joint position statement. European Heart Journal. 2020 Jan;41(2):255-323.
- Pathak RK, Mahajan R, Lau DH, Sanders P. The implications of obesity for cardiac arrhythmia mechanisms and management. Can J Cardiol. 2015 Feb;31(2):203-10.
- Précoma DB, Oliveira GMM de, Simão AF, Dutra OP, Coelho-Filho OR, Izar MC de O, et al. Updated cardiovascular prevention guideline of the brazilian society of cardiology. Arq. Bras. Cardiol. 2019; 113(4):787-891.
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