Relâmpago: Assine Digital Completo por 1,99

Por que o analgésico fentanil está na mira de Trump?

Substância utilizada como droga é até 100 vezes mais potente que a morfina e virou problema de saúde pública; 100 000 americanos morreram em 2021

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 fev 2025, 18h30

Em meio ao tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump a produtos importados do México, Canadá e China, um debate sobre um problema de saúde pública enfrentado pelos Estados Unidos voltou à tona: o uso do analgésico e anestésico fentanil como droga de abuso. O medicamento, um opioide indicado para dores intensas e causadas por câncer, chega a ser 100 vezes mais potente que a morfina e, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), esteve ligado a 68% dos casos de overdose no país em 2022.

Em comunicado publicado no último sábado, 1º, a Casa Branca afirmou que lidava com “uma situação de emergência” e que a tarifa adicional era uma medida “ousada” de Trump “para responsabilizar o México, o Canadá e a China por suas promessas de deter a imigração ilegal e impedir que o venenoso fentanil e outras drogas” continuem entrando no país. A China refutou a acusação e defendeu seu trabalho de combate ao comércio ilegal, enquanto México e Canadá apresentaram reforços às ações para combater o tráfico da substância como forma de acordo para evitar a taxação.

O fato é que o fármaco, principalmente em suas versões produzidas de forma ilegal, tem causado estragos ao criar populações que enfrentam uma luta desigual contra a dependência por uma substância tão forte.

Em sua forma ilegal, o fentanil pode ser comercializado em pó ou prensado em pílulas para ser cheirado, fumado, injetado ou ingerido. Há composições que o misturam a outros medicamentos e drogas, como cocaína, metanfetamina e cocaína, e também versões em spray nasal e até colírios.

O CDC divulga em sua página um relatório com informações sobre os impactos do consumo de opioides sintéticos com destaque para o fentanil, que é classificado como um “opioide sintético poderoso”. A taxa de mortes por overdose por uso dessas substância foi quase 24 vezes em 2022 em relação ao índice de 2013.

Continua após a publicidade

“As overdoses fatais e não fatais envolvendo fentanil aumentaram drasticamente na última década”, diz o órgão. Apenas em 2021, 100 000 mil americanos morreram por uso abusivo da substância e seus similares.

Crise dos opioides

Com a crise dos opioides instalada, o CDC emitiu, em 2020, um comunicado para profissionais de saúde, socorristas e entidades de redução de danos para ampliar a conscientização sobre os riscos de overdose e medidas precoces de intervenção.

Entre as orientações, está inclusive a indicação de aumentar a distribuição e uso da naloxona, medicamento que pode ser aplicado por spray nasal ou injeção que é capaz de reverter overdose por fentanil, heroína e outros opioides.

Continua após a publicidade

Em março de 2023, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, liberou a venda livre do spray nasal “para ajudar a reduzir as mortes por overdose de drogas” e afirmou que “a naloxona é um tratamento de emergência que salva vidas”.

Em uma epidemia fora de controle e que ceifa vidas, as medidas que favoreçam a saúde pública devem ser priorizadas, com o fortalecimento do acesso a informações precisas sobre os riscos de dependência e overdose, oferta de centros de tratamento e de tratamentos para situações de emergência. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ECONOMIZE ATÉ 88% OFF

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.