Pessoas religiosas vivem mais, aponta estudo
Segundo pesquisadores americanos, pessoas que seguem alguma religião podem viver até quatro anos a mais
De acordo com um estudo publicado semana passada na revista Social Psychological and Personality Science, pessoas religiosas podem ter a vida prolongada em até quatro anos. “A afiliação religiosa teve um efeito quase tão forte na longevidade quanto o gênero, o que é uma questão de anos de vida”, contou Laura Wallace, principal autora do estudo, ao Medical News Today.
O efeito religião
Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, realizaram dois estudos cujos resultados mostraram que a religião pode acrescentar alguns anos na longevidade dos fiéis. Na primeira pesquisa, a equipe analisou 505 obituários publicados no Registro de Des Moines – jornal americano do estado de Iowa – entre janeiro e fevereiro de 2012. Os resultados indicaram que as pessoas devotas viveram 9,45 anos a mais do que as que não tinham registros de filiação religiosa no obituário.
Já no segundo estudo, os pesquisadores avaliaram 1.096 obituários publicados online, em 42 das maiores cidades dos Estados Unidos dentro do período de 12 meses (agosto de 2010 e agosto de 2011). A análise mostrou que os religiosos viveram 5,64 anos a mais. As pesquisas ainda consideraram o sexo e o estado civil, o que mostrou um pequena diferença nos resultados: no primeiro, a longevidade era de 6,48 anos; no segundo, 3,82 anos.
Religião e longevidade
Primeiro é necessário mencionar diversos estudos mostraram que outras atividades sociais, como ter um animal de estimação, andar mais rápido e as interações sociais podem influenciar positivamente na longevidade de um indivíduo. Além disso, o gênero de uma pessoa também pode indicar mais tempo de vida: nos Estados Unidos, por exemplo, as mulheres chegam a viver, em média, 81,2 anos, enquanto os homens têm uma expectativa de vida de apenas 76,4 anos. Já no Brasil, a longevidade feminina atinge os 79,4 anos – cerca de 7 anos a mais que os homens (72,9).
Mesmo diante dessas informações, os pesquisadores tentaram explicar que atividades sociais ou voluntárias exerciam menos efeito na longevidade do que a religião. “Descobrimos que o voluntariado e o envolvimento em organizações sociais representam apenas um pouco menos de um ano do aumento da longevidade se comparado com o que a afiliação religiosa proporcionou”, disse Laura.
Abstinência e submissão religiosa
Para explicar essa relação entre a participação religiosa e a expectativa de vida dos indivíduos, os pesquisadores indicam o fato de que os fiéis costumam se abster de práticas insalubres, como o uso de drogas e álcool, por exemplo. Além disso, Baldwin Way, co-autor do estudo, afirma que muitas religiões promovem práticas de redução do estresse que podem melhorar a saúde, como gratidão, oração ou meditação.
Ainda que essas sejam apenas hipóteses, o estudo mostrou algumas evidências importantes de que a “submissão” e a “obediência” mediam a relação entre a religião e longevidade: em cidades onde existiam esses sentimentos, os fiéis viviam mais que as pessoas sem religião.