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Parceria entre hospitais filantrópicos e SUS gera R$ 3,25 para cada R$ 1 investido

Estudo mostra que o programa impulsionou a economia brasileira com R$ 12,6 bilhões em produção e quase 104 mil empregos entre 2018 e 2023

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 out 2024, 16h19 - Publicado em 25 out 2024, 12h10

Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que, para cada R$ 1 investido em capacitação, pesquisa e gestão de saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), o retorno econômico foi de R$ 3,25. A análise abrangeu o período de 2018 a 2023 e demonstrou um retorno específico de R$ 3,23 em 2023.

O Proadi-SUS é uma parceria estabelecida há 16 anos entre o Ministério da Saúde e seis hospitais filantrópicos reconhecidos — Hospital Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, HCor, Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre –, que tem como objetivo promover melhorias contínuas no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da implementação de práticas inovadoras.

Geração de empregos e arrecadação

O programa permite que hospitais filantrópicos utilizem seus próprios recursos financeiros para desenvolver projetos essenciais para o SUS. “Os hospitais calculam o valor dos tributos que não precisam pagar e usam esse montante para financiar iniciativas nas áreas de capacitação de profissionais, gestão de saúde, pesquisa e assistência em situações de alta complexidade, como transplantes de órgãos e cirurgias cardíacas”, afirma Guilherme Schettino, diretor de Sustentabilidade e Responsabilidade Social do Hospital Albert Einstein e representante do Proadi-SUS.

O objetivo principal do estudo foi avaliar os efeitos econômicos sistêmicos resultantes dos valores investidos por essas entidades de saúde. “Utilizando uma metodologia de análise chamada extração hipotética, o estudo analisou não apenas as atividades diretas do Proadi-SUS, mas também os efeitos nas cadeias produtivas, incluindo fornecedores e o impacto na renda dos trabalhadores”, aponta Eduardo Haddad, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e principal autor da pesquisa. 

Os dados mostram que, ao longo de 2018 a 2023, cada R$ 1 milhão investido pelo Proadi-SUS gerou, em média, cerca de 28 empregos. Em 2023, foram gerados 21.235 postos de trabalho, com quase 20 mil empregos indiretos criados para fornecedores. Isso demonstra a eficácia do programa na criação de empregos e o impacto positivo na economia.

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Além disso, o programa gerou R$ 3,13 bilhões em valor de produção apenas em 2023, totalizando R$ 12,4 bilhões durante o período. Isso reflete um multiplicador econômico de 3,2, indicando que, para cada real investido, foram gerados R$ 2,20 adicionais em benefícios para outras atividades econômicas.

Contribuições para a economia

O estudo também revelou que, em 2023, a iniciativa contribuiu com R$ 1,49 bilhão para o Produto Interno Bruto (PIB) e R$ 6,48 bilhões ao longo do período analisado. Mesmo operando com imunidade fiscal, o programa arrecadou R$ 104,92 milhões em impostos em 2023, totalizando R$ 451,73 milhões ao longo de seis anos. “Essa arrecadação demonstra a relevância do Proadi-SUS para a economia, evidenciando que os recursos alocados são mais eficientes em gerar retorno econômico do que os gastos geralmente realizados pelo governo”, aponta Schettino. 

As ações do Proadi-SUS têm um impacto positivo em diversos setores, incluindo saúde privada, comércio, alimentação e serviços financeiros. “A capilaridade do programa significa que ele ativa a economia como um todo, resultando em arrecadação de impostos indiretos que retornam aos cofres públicos” , explica Haddad. 

A pesquisa foi conduzida com base em dados contábeis fornecidos pelos hospitais participantes do programa, permitindo uma mensuração detalhada dos efeitos sistêmicos do programa. A metodologia empregada utilizou uma análise de insumo-produto, que rastreia como o investimento inicial se propaga por toda a economia.

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