A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira, 28, novas recomendações para a vacinação contra a Covid-19 diante do estabelecimento da variante de preocupação ômicron, dominante no mundo, e o cenário de imunidade da população contra o novo coronavírus, alcançada com a combinação entre vacinação e infecção pelo vírus. A entidade definiu três grupos prioritários e orientou que o público mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos, receba doses adicionais todos os anos ou a cada seis meses, dependendo do caso.
As novas diretrizes foram discutidas pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) na semana passada e têm como foco a proteção das populações que podem evoluir para formas graves da doença ou com mais risco de morrer, considerando a necessidade de manter sistemas de saúde com capacidade de atendimento e a relação custo-benefício da imunização de grupos com menor risco para a doença, como crianças e adolescentes saudáveis.
Idosos, pessoas que vivem com diabetes e outras doenças crônicas, imunossuprimidos, grávidas e profissionais de saúde que atuam na linha de frente formam o grupo de alta prioridade. Para eles, há a recomendação de reforços seis ou 12 meses depois da última dose de acordo com a faixa etária e o grau de imunossupressão.
A média prioridade vale para pessoas saudáveis de até 60 anos e crianças e adolescentes com comorbidades, que devem receber o esquema inicial com duas doses e os reforços previstos. Por fim, o grupo de baixa prioridade, composto por pessoas saudáveis de 6 meses a 17 anos, tem indicação para receber as doses primárias e reforços, mas os países devem considerar a baixa carga da doença e custo-efetividade ao montar as ações de imunização.
“O roteiro revisado enfatiza novamente a importância de vacinar aqueles que ainda correm risco de doença grave, principalmente adultos mais velhos e aqueles com condições subjacentes, incluindo com reforços adicionais”, afirmou, em nota, a presidente do SAGE, Hanna Nohynek. “Os países devem considerar seu contexto específico ao decidir se devem continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer as vacinas de rotina que são tão cruciais para a saúde e o bem-estar dessa faixa etária”.
O OMS reforçou a importância da vacinação de gestantes contra a Covid-19, tendo em vista que os imunizantes protegem mãe e feto e a doença oferece riscos para bebês com menos de 6 meses, que não podem receber as doses.
O SAGE atualizou ainda a recomendação para uso das vacinas bivalentes, que protegem contra a cepa original do vírus e a variante ômicron, e passou a indicar as doses do imunizante de mRNA BA.5 para o esquema inicial.