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Obesidade atinge mais de 10% da população mundial

Um novo estudo classifica o sobrepeso, não só a obesidade, como uma 'crise de saúde pública global' responsável pela morte de milhões de adultos e crianças

Por Da Redação
13 jun 2017, 13h28

O sobrepeso, sem necessariamente ser considerado obesidade, tem causado a morte de milhões de pessoas no mundo. Além disso, mais de 2 bilhões de adultos e crianças, o que corresponde a 30% da população mundial, sofrem de problemas de saúde relacionados ao excesso de peso. Os dados são do estudo Fardo Global das Doenças (GBD, na sigla em inglês), o maior já realizado sobre o tema, publicado recentemente no periódico científico New England Journal of Medicine.

Segundo os especialistas, o problema é uma crescente e perturbadora “crise de saúde pública global”.

Acima do peso, mas não obesas

A equipe de pesquisa, composta por 2.300 especialistas do Institute for Health Metrics and Evaluation (IMHE), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, reuniu números de 195 países, utilizando dados coletados em 1980 e 2015.

Os resultados mostraram que, nesse período, aproximadamente 4 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas ao sobrepeso, principalmente problemas cardíacos. No entanto, apenas 60% eram consideradas obesas, ou seja, com índice de massa corporal (IMC) superior a 30. Os outros 40%, resultando em 1,6 milhão de pessoas, estavam acima do peso, IMC entre 25 e 29,9, mas não tinham classificação para obesidade.

Ranking entre países

Desde 1980, o número de pessoas obesas dobrou em mais de 70 países e tem crescido cada vez mais na maioria dos outros. Embora a prevalência da obesidade infantil tenha sido menor que entre os adultos, em muitos países, a taxa de crianças obesas  foi maior que a dos adultos.

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Entre os 20 países mais populosos, o maior em nível de obesidade entre crianças e jovens foi os Estados Unidos, com quase 13%. Já o líder em obesidade entre adultos foi o Egito, com cerca de 35%. Enquanto isso, os que tiveram as menores taxas de obesidade foram Bangladesh e Vietnam, que atingiram apenas 1%.

No Brasil, assim como na maioria dos países, a prevalência da obesidade em mulheres foi maior do que em homens. No entanto, considerando a população mais jovem, a quantidade de meninos obesos foi maior do que a de meninas.

Sobrepeso é tão grave quanto a obesidade

Muitas pessoas assumem que estão fora de risco a menos que sejam consideradas obesas. “O risco de morte e doenças relacionadas aumentam à medida que seu peso aumenta. As pessoas geralmente assumem que precisam ser muito gordas para estarem em risco, mas uma vez que você atinge um IMC de 25, seu risco de diabetes, doenças cardíacas e câncer começam a aumentar”, disse Azeem Majeed, pesquisador do Imperial College London e um dos autores do estudo, ao jornal britânico on-line The Guardian.

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Problema de saúde pública

“O excesso de peso é um dos problemas de saúde pública mais desafiadores do nosso tempo, afetando quase uma a cada três pessoas. Ao longo da última década, várias intervenções foram estudadas, mas existem poucas evidências sobre eficácias a longo prazo”, explicou Afshin.

“Nos próximos 10 anos, com a colaboração da FAO, vamos monitorar e avaliar o progresso dos países no controle de sobrepeso e obesidade. Além disso, vamos compartilhar esses dados e descobertas com cientistas, políticos e outras partes interessadas que estejam procurando por estratégias baseadas em evidências que resolvam o problema.”, finalizou.

Os especialistas apontam que o sobrepeso e a obesidade estão associados ao câncer de esôfago, tireoide, cólon, reto, fígado, vesícula biliar, trato biliar, pâncreas, mama, útero, rins, e leucemia, bem como doenças cardíacas e derrames.

Eles também ressaltam que o peso é um fator importante por trás de deficiências causadas por lesões músculo-esqueléticas.

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