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O que realmente funciona contra dor nas costas, segundo Harvard

Estudo da universidade norte-americana atesta que a integração entre terapias físicas e psicológicas dão melhores resultados em tratamentos de dor crônica

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h01 - Publicado em 1 jul 2022, 13h00

Quem já teve dor lombar, sabe que pode ser surpreendentemente debilitante, mesmo que o desconforto seja de curto prazo. Desde amarrar o cadarço até realizar tarefas domésticas ou praticar esportes, tudo é difícil. E quando a dor nas costas é crônica, com duração de 12 semanas ou mais, pode prejudicar a qualidade de vida, afetando as funções físicas e contribuindo para piorar o estresse, a ansiedade e a depressão.

Embora as pessoas que lidam com dor crônica nas costas sejam frequentemente direcionadas à fisioterapia, pesquisas mostram que abordagens psicológicas que ensinam estratégias para gerenciar sua experiência de dor podem ajudar. Então, combinar essas abordagens seria melhor para aliviar a dor? Uma revisão sistemática recente de vários estudos feitos pela Universidade Harvard sugere que sim.

Em todo o mundo, a dor lombar é uma das principais causas de incapacidade e afeta mais de 560 milhões de pessoas. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), quatro em cada 10 pessoas sofreram com dor lombar nos últimos três meses, em 2019, nos Estados Unidos

Publicada no TheBMJ, a revisão baseou-se em 97 estudos de adultos com dor lombar crônica e inespecífica, com ou sem dor nas pernas. Usando modelagem estatística, os pesquisadores compararam a eficácia das terapias destinadas a melhorar essas dores. Entre os objetos de pesquisa estão as funções físicas como ficar em pé, subir escadas e realizar cuidados pessoais; controlar o medo da dor porque isso pode levar as pessoas a evitarem o movimento, que contribui para o ciclo de enfraquecimento muscular e mais dor; e a intensidade da dor, medida por pontuações de dor em escalas de avaliação validadas.

A revisão revelou que a fisioterapia e as abordagens psicológicas, como educação da dor e terapia cognitivo-comportamental, tiveram mais eficácia na melhora da a dor lombar crônica do que a fisioterapia sozinha.

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Especificamente, os pesquisadores colocaram programas de educação da dor em conjunto com a fisioterapia para melhores efeitos nas funções físicas e no controle do medo, e a terapia comportamental combinada com a fisioterapia que ofereceu benefícios mais duradouros ao problema de intensidade da dor.

O estudo mostra ainda as vantagens de uma abordagem interdisciplinar para a dor lombar crônica. A integração da terapia comportamental e da fisioterapia ajudou as pessoas a alcançar uma melhor função, reduzir o ciclo de comportamento em evitar a dor e diminuir sua intensidade. Aplicada à rotina diária, pode levar a dias de trabalho mais produtivos e melhor qualidade de sono, além de permitir que as pessoas participem de mais atividades sociais, o que aumenta o bem-estar geral.

A revisão comprova que o que a neurociência demonstra: o cérebro e o corpo estão sempre conectados, e a dor é uma combinação de questões médicas, cognitivas, emocionais e ambientais. As estratégias para gerenciar a dor de forma eficaz devem abordar seu corpo e cérebro, integrando terapias físicas e psicológicas, como programas de restauração funcional e trabalhando com um psicólogo da dor. Obter uma melhor compreensão da dor e tratar todos os fatores que contribuem para seu desenvolvimento pode ser fortalecedor e curativo.

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