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O novo trunfo da ‘família Ozempic’ – e não é na perda de peso

Em combo de estudos apresentados em evento, princípio ativo de Ozempic e Wegovy demonstrou benefícios para saúde cardiovascular; entenda

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 mar 2025, 19h42 - Publicado em 31 mar 2025, 19h38

Em um combo de estudos apresentado em evento do Colégio Americano de Cardiologia (ACC, na sigla em inglês), a semaglutida — princípio ativo do Ozempic e Wegovy — demonstrou levar a benefícios expressivos para reduzir o risco de avanço de condições cardiovasculares preocupantes, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), em pacientes que vivem com diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares ou renais preexistentes. Em quatro estudos divulgados pela farmacêutica Novo Nordisk nesta segunda-feira, 31, diferentes versões e dosagens do fármaco demonstraram benefícios para diminuir desfechos negativos em índices que variaram de 13% a 57%.

No trabalho que analisou os efeitos de vida real, ou seja, já na prática clínica, da semaglutida 2,4 mg, os resultados indicaram risco 57% menor de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, na sigla em inglês), como infarto, AVC e morte por qualquer causa, em pessoas que vivem com sobrepeso ou obesidade e alguma doença cardiovascular estabelecida. Esse achado foi obtido a partir da comparação com outro grupo que não fez o tratamento com o medicamento indicado para o tratamento de obesidade, o Wegovy.

Segundo o estudo SCORE, houve ainda possibilidade menor de hospitalização por insuficiência cardíaca e de morte cardiovascular. “As análises de mundo real a respeito do uso de semaglutida em indivíduos com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular mostram que esta medicação é uma importante ferramenta para o tratamento e prevenção da ocorrência de novos eventos, indo além da perda de peso”, afirma Marcelo Franken, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Em outro estudo, também com o Wegovy, pesquisadores encontraram diminuição de 22% na carga de eventos cardiovasculares totais em participantes com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade, mas sem diabetes, em relação ao grupo placebo. Foram analisados 17.604 pacientes por 39,8 meses. Foi registrada uma queda de infartos em 31%.

Resultados com Ozempic e versão oral

A versão de 1mg da injeção semanal indicada para diabetes, o Ozempic, foi avaliado no ensaio de fase 3 STRIDE, que comprovou a capacidade do fármaco de melhorar em 13% a distância máxima de caminhada em pessoas que vivem com diabetes tipo 2 e doença arterial periférica, condição que afeta 230 milhões de pessoas no mundo.

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Os resultados, que foram publicados no periódico científico The Lancet, indicaram uma diferença média de 39,9 metros em inclinação acentuada em relação ao placebo após um ano de tratamento (semana 52).

“A doença arterial periférica (DAP) leva a sintomas debilitantes, limitações físicas e baixa qualidade de vida, a tal ponto que algumas pessoas têm dificuldade em caminhar curtas distâncias, como, por exemplo, para pegar a correspondência”, disse, em comunicado, Marc Bonaca, diretor de Pesquisa Vascular da Escola de Medicina da Universidade do Colorado e investigador principal do estudo. “Aqueles que têm DAP no contexto do diabetes enfrentam uma doença ainda mais desafiadora, impactando os pequenos vasos, onde procedimentos de revascularização e outras terapias são especialmente limitados.”

Ao ter mais independência e qualidade de vida, os pacientes podem ter ganhos no cuidado com a saúde como um todo. “Devemos lembrar que, com a melhora da capacidade funcional, os pacientes se tornam mais ativos, o que pode contribuir para o controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, entrando em um ciclo virtuoso de melhora: mais capacidade funcional leva a mais atividade física, que leva à melhora dos fatores de risco, mais bem-estar e melhora da capacidade funcional”, explica Franken.

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O uso da semaglutida oral 14 mg, de nome comercial Rybelsus, teve como desfecho índices 14% menores de eventos cardiovasculares adversos maiores em casos de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular ou renal crônica. O estudo SOUL, publicado no New England Journal of Medicine, comparou pacientes tratados e placebo.

Vale lembrar que esse conjunto de resultados foi alcançado com um esquema de tratamento que inclui hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física, não apenas o uso do medicamento. Outro ponto importante é que os achados não devem levar à prática da automedicação.

“O ideal é a prescrição pelo médico especialista, para titulação da dose ideal, avaliação de possíveis efeitos adversos e ajuste de outros medicamentos de uso habitual”, recomenda Franken.

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