Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

O impacto das atividades culturais na saúde mental, segundo pesquisa Datafolha

Apesar das barreiras para o acesso, população valoriza benefícios dessas atividades

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 fev 2025, 11h07 - Publicado em 26 fev 2025, 11h00

Uma pesquisa encomendada ao Datafolha pelo Fundação Itaú mostrou que, quando se trata do bem-estar e da saúde mental, as atividades culturais são mais citadas do que as de lazer ou socialização, ficando atrás apenas dos esportes. 

De acordo com o levantamento, quando questionados sobre quais atividades gostam de fazer para melhorar a saúde mental e o bem-estar, 64% responderam atividades físicas e esportivas e 32,6% responderam atividades culturais. Logo depois vieram as ações de lazer, sociais, saúde física e profissionais, com 22%, 10% 4%, 4% e 4%, respectivamente.

Os motivos parecem estar relacionados às diversas facetas desse tipo de tarefa. “Em relação ao bem-estar, realizar uma atividade cultural apresenta uma gama de benefícios ampla”, disse a VEJA a gerente do Observatório Fundação Itaú, Carla Chiamareli. “Muitas das atividades culturais incluem a necessidade de socialização e também podem ser consideradas atividades de lazer.”

E os efeitos não são desprezíveis. A maioria disse concordar totalmente com as alegações de que participar desse tipo de atividade ajuda a diminuir o estresse (65,7%), melhorar a qualidade de vida (61,7%), diminuir a sensação de tristeza (64,2%), diminuir a sensação de solidão (62,3%), melhorar o relacionamento em casa (60,8%) e melhorar o relacionamento no trabalho (55%). 

“Entre os destaques da quinta edição da pesquisa Hábitos Culturais, podemos citar o reconhecimento da importância e dos benefícios atrelados à realização de atividades culturais no país”, afirmou Chiamareli. “Este reconhecimento perpassa as principais áreas exploradas na pesquisa e suas relações com os hábitos culturais, sendo elas: educação, bem-estar e saúde mental.“

Continua após a publicidade

Desigualdades no acesso

Os moradores das regiões metropolitanas foram os que mais citaram essas atividades, mas nem todos conseguem realizá-las. Entre os principais impeditivos estão a insegurança (43%), questões financeiras (43%) e distância dos equipamentos culturais (27%). 

E os aspectos socioeconômicos pareceram importantes contribuintes dessa desigualdade. Entre a população com ensino superior completo, 66% disseram ir a shows de música, contra apenas 32% dentre aqueles com ensino médio incompleto

“É fundamental observarmos a arte e a cultura como estratégias para a promoção do bem-estar da população”, disse Chiamareli. “Mas também [precisamos estar atentos] para a importância da promoção de políticas públicas para a cultura que visem democratizar e descentralizar mais o acesso, oferecendo atividades e equipamentos culturais gratuitos e que contemplem as regiões de periferia, que normalmente gastam mais com deslocamento.”

Continua após a publicidade

Um outro dado que chamou diz respeito à população negra. De acordo com a pesquisa, além das mulheres (39%) e dos mais jovens (41%), a população preta demonstrou um interesse estatisticamente maior do que os outros grupos étnicos na utilização de atividades culturais como promotoras de bem-estar (39%), com ao menos seis pontos percentuais a mais do que grupos de outras cores. 

Para Chiamareli há um importante aspecto histórico subjacente a esse fenômeno. “É bem documentado o quanto a arte e a cultura foram fundamentais como espaços de  sociabilidade, afeto e resistência entre as populações negras no país”, disse. “É notável, por exemplo, a importância de referências de artistas negros e negras, que vão desde Abdias do Nascimento à Conceição Evaristo, de Dona Ivone Lara ao grupo Racionais MCs, bem como elementos da cultura, como o samba, o hip-hop, a capoeira ou a literatura.”

A pesquisa contou com a participação de 2.494 pessoas das cinco regiões do país, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais e foi realizada entre os dias 6 e 16 de agosto de 2024. Essa é a quinta edição desse levantamento. 

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.