Novo movimento busca erradicar o câncer de colo do útero no Brasil
Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero terá como focos vacinação contra o HPV, diagnóstico precoce da doença e mobilização social
Uma nova iniciativa para prevenir e erradicar o câncer de colo do útero acaba de ser lançada no Brasil. A Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, liderada pelo Instituto Vencer o Câncer e pelo Grupo Mulheres do Brasil, buscará, essencialmente, incentivar a vacinação contra o papilomavírus (HPV) e facilitar o acesso ao diagnóstico precoce, ferramentas essenciais na luta contra a doença.
“Até o fim deste ano, todo brasileiro precisa saber o que é o HPV”, ressaltou em comunicado a empresária Luiza Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, destacando a importância da conscientização como um dos pilares da campanha. Alguns tipos do vírus estão relacionados ao surgimento de mais de 90% dos casos dos tumores cervicais.
A Aliança vai atuar em várias frentes, incluindo ações educativas em escolas, campanhas de mídia e diálogos com o poder público para ampliar o acesso à vacinação contra o HPV e o rastreamento da doença.
O câncer do colo de útero
Deflagrado pela infecção por certos tipos de papilomavírus (HPV), transmitidos sexualmente, o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum entre mulheres. Também é o quarto tipo de tumor que mais mata pessoas com útero, principalmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social, negras e com baixos níveis de escolaridade. Em pacientes que vivem com o HIV, a possibilidade de desenvolver o problema é até cinco vezes maior.
Em todo o mundo são registrados cerca de 570.000 novos casos e 311.000 mortes por ano. No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 17.000 diagnósticos são feitos todos os anos – são contabilizadas, aproximadamente, 7.000 mortes.
Nova estratégia de vacinação contra o HPV
Em maio deste ano, o Ministério da Saúde adotou uma nova estratégia para aumentar a cobertura vacinal contra o HPV. A vacinação, agora em dose única para meninos e meninas de 9 a 14 anos, pretende ampliar a adesão e proteger uma parcela maior da população jovem contra o papilomavírus. A medida segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi bem recebida por especialistas em saúde pública.
O oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer, reforça a urgência em aumentar a cobertura vacinal: “Devemos ser ambiciosos e ter tolerância zero com os baixos índices de vacinação contra o HPV. Precisamos estabelecer este conceito, para que toda criança e todo adolescente no país sejam vacinados”.
A baixa adesão à vacinação, principalmente devido à desinformação, ainda é um obstáculo a ser superado. A Aliança Nacional buscará reverter esse cenário com campanhas de sensibilização em diversas frentes, como escolas, comunidades e agentes de saúde.