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Nova droga se mostra eficaz no tratamento de doença de Crohn e colite ulcerativa

Imunobiológico mostrou eficácia em parte dos pacientes que não respondem a outros tratamentos

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 mar 2025, 10h00

Um novo medicamento apresentou eficácia no tratamento de doença de Crohn e Colite Ulcerativa. Chamado de tulisokibart, ele funciona por um mecanismo diferente dos outros fármacos disponíveis e se mostrou eficaz em parte dos pacientes que não responderam a outros tratamentos. 

Um estudo inicial já havia mostrado seu potencial para tratar doenças inflamatórias intestinais (DIIs), mas um ensaio clínico com 210 pacientes comprovou essa ação. No primeiro grupo, com 135 indivíduos que não respondiam a outros tratamentos, a droga causou a remissão em 26% das pessoas. Já no segundo grupo, com pessoas com maior chance de resposta, a proporção chegou a 32% das pessoas. 

A notícia joga luz sobre um novo alvo de tratamento, o TL1A, o que pode possibilitar o desenvolvimento de ainda mais alternativas às abordagens tradicionais. “O TL1A é uma citocina que age como um regulador da imunidade celular. Quando aumentado, como observado nos indivíduos com DII, o TL1A contribui para uma resposta inflamatória exacerbada”, disse a VEJA Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil, farmacêutica que desenvolveu a molécula. “Ele foi identificado como alvo potencial nas DIIs por ter um papel importante na patogênese da doença e por ser um mediador inflamatório chave na resposta imune.”

Como é o tratamento das doenças inflamatórias intestinais?

Doença de Crohn e Colite Ulcerativa fazem parte de um grupo maior de patologias, conhecidas como doenças inflamatórias intestinais. Enquanto a primeira é caracterizada por inflamação em todo o comprimento do intestino e é frequentemente complicada com fístulas e estenoses intestinais, a segunda é restrita ao cólon e ao reto. 

E não são condições triviais. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, que entrevistou mais de 3,5 mil pacientes, cerca de 43% das pessoas acometidas fazem ao menos quatro visitas anuais ao pronto socorro. 

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Convencionalmente, o tratamento é feito com anti-inflamatórios, corticosteróides e imunossupressores, mas esses medicamentos apresentam muitos efeitos colaterais e são poucas as que conseguem manter a remissão a longo prazo. “Apesar da eficácia, muitos dos medicamentos não geram resposta em pelo menos um terço dos pacientes com doença inflamatória intestinal. Além disso, 40% desses pacientes perdem a resposta ao longo do tempo”, explica Roberto Giugliani, médico especialista em genética e coordenador de doenças raras na Dasa Genômica. “Terapias mais eficientes são necessárias.”

Nos últimos anos surgiram os imunobiológicos, anticorpos que agem sobre vias específicas para controlar processos inflamatórios e o tulisokibart entra nessa categoria. “A MSD iniciou dois estudos de fase 3 que tem como objetivo confirmar os resultados dos estudos de fase 2 na população adulta com colite ulcerativa ou Doença de Crohn moderada a grave com resposta insuficiente às terapias convencionais ou avançadas existentes”, diz Abadi. 

E essa necessidade tem se mostrado especialmente importante. Hoje, no Brasil, existem cerca de 34 casos de doença de Crohn para cada 100 mil habitantes. Esse número, contudo, é consequência de um crescimento de 12% ao ano entre 2012 e 2020. 

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E parece que a tendência é de crescimento contínuo, já que esse aumento está relacionado ao estilo de vida contemporâneo. “Especula-se que mudanças no estilo de vida, com uma dieta mais rica em alimentos processados e mais pobre em fibras, maior uso de antibióticos e menor exposição a substâncias imunogênicas possam ter um papel nessa elevação da incidência”, diz Giugliani. Que a ciência e a sociedade se conscientizem para melhorar esse cenário. 

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