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Nem bem, nem mal: o que uma pesquisa brasileira descobriu sobre cremes dentais veganos

Formulações não foram capazes de cumprir o que prometem as embalagens

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 Maio 2025, 16h00

Com a popularização do veganismo, movimento que busca um estilo de vida que exclui a exploração animal, cresce a venda de cosméticos que se dizem alinhados a esse propósito, o que inclui os cremes dentais. O problema é que muitos desses produtos não conseguem entregar o que prometem – e é isso que revelou uma pesquisa conduzida por pesquisadores da Unicamp. 

A pesquisa foi inspirada pela divulgação crescente, em especial entre influenciadores, de formulações para limpeza dental contendo substâncias como curcuma, carvão ativado e melaleuca, supostamente capazes de promover o clareamento dos dentes. 

“Esses produtos podem ser adquiridos facilmente em farmácias e até mesmo pela internet”, afirmou Vanessa Cavalli, professora da Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp, em entrevista ao jornal da universidade. “Não sabemos a procedência de vários cremes dentais veganos. Portanto, desconhecemos quais são exatamente os seus impactos para a saúde bucal.”

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O que a pesquisa mostrou é que, apesar de cremes dentais veganos não fazerem mal para os dentes, eles não são eficientes em remover manchas nem em proteger contra a abrasão causada por produtos ácidos. Isso sugere que as afirmações a respeito dos potenciais de substâncias como carvão ativado e curcuma são mais calcadas em hipóteses do que em evidências científicas fundamentadas. 

Como o trabalho foi feito?

Para avaliar a eficiência dos cremes dentais veganos, as pesquisadoras compararam a eficiência de oito formulações diferentes, tanto de marcas estabelecidas quanto de marcas menores, com a ação de uma pasta de dente convencional. 

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No primeiro experimento, um modelo artificial de dente foi pigmentado com chá preto e foi deixado por uma semana em uma formulação semelhante à saliva. Depois que a cor amarelada se estabilizou, os dentes foram escovados 15 mil e 30 mil vezes (para simular 18 e 36 meses de escovação) com cada uma das amostras. Já na segunda análise as escovações foram feitas de maneira intercalada com a exposição a substâncias ácidas, que danificam o esmalte. 

O que a investigação revelou é que os cosméticos veganos, sozinhos, não prejudicaram o esmalte do dente, mas também não foram capazes de promover branqueamento. O segundo experimento, por outro lado, mostrou que essas formulações não foram capazes de proteger os dentes contra o dano causado por bebidas ácidas – que aqui fizeram as vezes do café, do chá, de refrigerantes e sucos de frutas tropicais. 

Os resultados preliminares da pesquisa foram apresentados na última reunião do Brazilian Dental Science

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