Mundo tem nove mortes e 650 casos de hepatite misteriosa em crianças
Segundo balanço da OMS, 6% dos pacientes pediátricos precisaram de transplante de fígado
O número de mortes causadas pela hepatite de origem desconhecida em crianças passou de seis para nove, segundo a atualização mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de casos passou de 429, na semana passada, para 650 no balanço com dados até 26 de maio. De acordo com a entidade, o número de países que registraram a doença misteriosa saltou de 22 para 33 e há 99 casos em investigação.
Segundo a OMS, dos 650 casos prováveis da doença, 38 precisaram realizar transplante de fígado, o que corresponde a 6% das crianças afetadas pela hepatite fulminante. Dos 156 registros de internação relatados, 14,1% necessitaram de assistência em unidade de terapia intensiva (UTI). A entidade informou que 75,4% dos casos da hepatite misteriosa ocorreram em crianças com idade menor ou igual a cinco anos.
Como a causa da doença continua desconhecida e pela possibilidade de subnotificação dos episódios, a OMS classifica o risco global da doença como moderado.
A suspeita principal suspeita é de que os casos têm relação com o subtipo 41 do adenovírus, que causa gastroenterite (inflamação gastrointestinal), mas as investigações sobre a ligação desta infecção com a Covid-19 foram intensificadas. Segundo a OMS, não há relação entre a doença e a vacinação contra a Covid-19, porque a maioria dos pacientes não tinha recebido a imunização.
Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. No Brasil, até o último dia 25, o Ministério da Saúde investigava 68 casos suspeitos, mas nenhum registro tinha sido confirmado.
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).