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Mounjaro e Ozempic manipulados: entenda os riscos

Consumo desses medicamentos é uma prática 'crescente, preocupante e perigosa', dizem entidades médicas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 abr 2025, 11h00

A alta procura pelos agonistas do GLP-1 tem estimulado a busca por versões paralelas de medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, com versões manipuladas sendo encontradas em clínicas e farmácias – problema que tenta a crescer agora que a Anvisa dificultou a venda das canetas originais. Entidades alertam, contudo, para o perigo dessas medicações irregulares. 

Um levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) aponta que entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2025, 17,83 quilogramas de semaglutida (principio ativo do Ozempic) foram adquiridos por importadoras e farmácias de manipulação, quantidade que seria suficiente para manipular aproximadamente 4 milhões de canetas irregulares. Já a tirzepartida, encontrada no Mounjaro, teve mais 10 quilogramas de importação registrados, o que seria equivalente para manipular mais de 2 milhões de aplicadores

Entidades médicas alertaram em fevereiro para o risco dessa prática. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) o uso de versões manipuladas desses medicamentos é uma prática “crescente, preocupante e perigosa.”

+Anvisa passa a exigir receita controlada para venda de medicamentos como Ozempic e Mounjaro

Isso acontece porque princípios ativos como a semaglutida e a tirzepatida precisam passar por processos rigorosos de fabricação que garantem que as injeções sejam estéreis, para evitar a infecção dos pacientes, e estáveis, para impedir a degradação do medicamento. “Relatos da FDA documentam problemas graves de administração em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos”, afirmam as entidades. 

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O problema é, de fato, disseminado. Ao procurar pelos termos “ozempic” ou semaglutida, o Google Shopping retorna uma porção de fórmulas em comprimido ou gotas por preços que variam de dezenas a centenas de reais e prometem resultados semelhantes ao dos medicamentos originais. O problema é que essas formulações não são aprovadas pela Anvisa nem possuem comprovação científica de eficácia, além de podem apresentar efeitos adversos desconhecidos. 

As farmacêuticas ainda alertam que não vendem os princípios ativos para manipulação, o que faz com que seja impossível garantir a procedência e a qualidade do material que compõe as canetas irregulares, aumentando o risco de falsificações. O suposto medicamento ainda tem sido oferecido em formulações não convencionais, como cápsulas. 

Como evitar o “ozempic manipulado”?

O documento das entidades médicas faz recomendações para evitar que os pacientes sejam submetidos aos riscos promovidos por essas promessas falsas. São elas:

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  • que os profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias 
  • que os pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas, vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa
  • que os órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial ANVISA e Conselhos de Medicina, intensifiquem as ações de fiscalização sobre todas a fases, empresas e pessoas envolvidas nessa prática

A Anvisa ainda orienta que a população e os profissionais de saúde fiquem atentos às características da embalagem do Ozempic e adquiram somente produtos dentro da caixa, em farmácias regularizadas junto à vigilância sanitária, sempre com a emissão de nota fiscal. Além disso, a agência recomenda que não sejam adquiridos produtos de sites e canais que comercializam medicamentos usando nomes de marcas ou aplicativos de vendas, além de perfis em redes sociais que oferecem os produtos.

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