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Metanol: ‘Problema brutal de fiscalização’, diz especialista em segurança pública

Ex-secretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho diz que país deve endurecer controle diante de problema de saúde pública

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 out 2025, 16h31

A crise causada pelo aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas é um reflexo do afrouxamento da fiscalização e da falta de controle na compra e venda desses produtos, segundo o ex-secretário Nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da Polícia Militar que se tornou uma referência em temas que envolvem segurança pública. Segundo o especialista, o problema que já causou ao menos oito mortes e 59 notificações de casos suspeitos e confirmados virou uma tarefa hercúlea pela quantidade de estabelecimentos que devem ser vistoriados, algo que se agrava pela necessidade de correr contra o tempo para conter os danos à saúde, pois a substância pode causar cegueira, falência de órgãos e até matar.

“Não é só investigar os casos. A preocupação é com a saúde pública, porque a bebida contaminada pode estar em dezenas de milhares pontos. A logística é desafiadora pela dimensão.”

Na avaliação de Silva Filho, a emissão de nota fiscal é um mecanismo importante para garantia dos produtos comprados e para controle dos estoques. Também falta mais rigidez nas exigências para os fornecedores, como apresentação de nome, CPF e comprovante de residência para o rastreamento, de acordo com o especialista. E, para arrematar essas medidas, um trabalho constante de fiscalização, algo que, na visão dele, não tem ocorrido.

“Temos um brutal problema de fiscalização, porque o Brasil é um país de fracos controles. Muitos estudos mostram que, quanto mais fraco for o controle, mais fraudes ocorrem. A vigilância tem de ser visível e as exigências devem ser intensificadas por comprovantes de tudo. O comprovante é fundamental”, afirma.

Lista de bares e investigações

Silva Filho, que também é consultor em segurança pública, diz que o grande enigma a ser decifrado é o mapa com todos os pontos com bebidas fraudadas, mas isso demanda tempo dedicado às investigações.

Há um clamor da população para conhecer a lista de bares e demais estabelecimentos relacionados aos episódios de intoxicação, assim como interessados pela celeridade das apurações com a divulgação dos suspeitos de envolvimento na adulteração. No entanto, a investigação geralmente não acompanha esse ritmo.

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Um inquérito policial tem prazo de 30 dias que pode ser prorrogado e toda uma rede precisa ser destrinchada para entendimento de como essas bebidas adulteradas com uma substância tão perigosa chegaram aos consumidores.

“O problema é maior do que prender as pessoas envolvidas nesse crime. Durante o processo de investigação, vão aparecendo listas de bares, fornecedores, pessoas suspeitas e a polícia não pode divulgar, porque pode ser fornecida por bandidos e não ser verdadeira. Também pode espantar os suspeitos”, explica. “A polícia não pode ter pressa nesses casos. É necessário chegar aos responsável pela fabricação e distribuição dessas bebidas e que eles digam onde as entregaram.”

Como identificar uma possível intoxicação por metanol

O metanol é um tipo de álcool usado na indústria e que não pode ser consumido por desencadear a produção de substâncias altamente tóxicas ao ser metabolizado no fígado, como formaldeído e ácido fórmico.

Elas atacam o sistema nervoso central, o nervo óptico e os rins, causando comprometimento neurológico, cegueira irreversível e insuficiência renal em casos mais graves. O quadro pode evoluir para choque e óbito.

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É fundamental ficar atento a sintomas como cólica, sonolência, tontura, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia e convulsões. 

A pessoa deve buscar socorro médico para receber o antídoto, um etanol usado em ambientes hospitalares, para cortar a metabolização do metanol.

Cuidados ao consumir bebidas alcoólicas

Em nota, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo recomendou que bares, empresas e demais estabelecimentos “redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos”. Para a população, os cuidados são:

  • Adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal
  • Evite opções de origem duvidosa e com preços muito abaixo do valor de mercado
  • Procure ajuda médica em caso de sintomas
  • Ligue para o Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
  • Se precisar de orientação especializada, entre em contato com o CIATox da sua cidade
  • Entre em contato com o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (0 xx 11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – de qualquer lugar do país
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