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Gel contraceptivo masculino avança em testes e se aproxima do mercado

Combinando progesterona e testosterona, produto pode se tornar a primeira opção hormonal de controle de natalidade para homens

Por Ligia Moraes Atualizado em 12 jun 2024, 18h38 - Publicado em 12 jun 2024, 18h32

Um novo contraceptivo masculino pode estar mais próximo da realidade. Pesquisadores anunciaram avanços significativos no desenvolvimento de um gel hormonal que, quando aplicado nos ombros diariamente, suprime a produção de esperma. Este gel pode se tornar o primeiro método anticoncepcional hormonal para homens, oferecendo uma alternativa inovadora e eficaz aos métodos atuais.

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês) e o Population Council, o gel utiliza uma combinação de dois hormônios: Nestorone, um tipo de progesterona, e testosterona. O Nestorone bloqueia a produção de testosterona nos testículos, reduzindo a formação de esperma.

No entanto, como a testosterona também é essencial para outras funções do corpo, como a manutenção muscular e o desejo sexual, o gel fornece uma quantidade suficiente para manter a saúde sem permitir a produção de esperma em níveis que possam resultar em gravidez.

Resultados promissores em estudos recentes

Os pesquisadores vêm ajustando a dosagem do gel desde 2005. Em um recente teste envolvendo mais de 300 casais, 86% dos homens atingiram contagens de esperma inferiores a 1 milhão por mililitro em 15 semanas de uso, uma quantidade considerada baixa o suficiente para evitar uma gestação. Alguns participantes tiveram uma supressão ainda mais rápida, em apenas quatro a oito semanas.

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Diana Blithe, chefe do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano do NIH, destacou em comunicado que os resultados superaram as expectativas, oferecendo uma supressão mais rápida e eficaz da produção de esperma do que esperavam. Ela ressaltou que os dados finais serão publicados em uma revista médica em breve.

Vantagens sobre métodos femininos

O gel apresenta vantagens notáveis em comparação com os métodos contraceptivos femininos. Por exemplo, se uma mulher esquecer de tomar sua pílula anticoncepcional por um ou dois dias, ela pode ovular e aumentar o risco de gravidez. No caso do gel masculino, se a produção de esperma for totalmente suprimida, perder um ou dois dias de aplicação não resultará em um aumento imediato do risco de gravidez, já que os níveis de esperma levam de oito a dez semanas para se recuperarem a níveis férteis.

Além disso, os homens que usaram o gel relataram menos efeitos colaterais emocionais em comparação com os métodos hormonais femininos, como mudanças de humor e depressão. Isso se deve, em parte, à forma como o gel é absorvido pela pele, criando uma liberação constante de hormônios sem grandes variações.

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Próximos passos

Os pesquisadores estão agora em diálogo com a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, para iniciar a fase final dos testes clínicos, prevista para começar em 2025. Essa fase envolverá um número maior de participantes e locais de estudo, com o objetivo de confirmar a eficácia e segurança do gel em um grande grupo.

Com a possível aprovação e comercialização do gel, os homens terão finalmente uma opção contraceptiva segura, eficaz e reversível, além dos preservativos e da vasectomia. Assim, permitindo que eles  assumam uma maior responsabilidade na prevenção da gravidez, tirando um pouco esse peso das costas — ou nesse caso, dos ombros — das mulheres. 

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