Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Febre amarela: vacinação é falha nas áreas rurais, aponta estudo

Um estudo da FGV indicou que em 2017 a vacinação contra doença priorizou áreas de grande concentração populacional, em vez da rural, onde há maior risco

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 18 jan 2018, 16h55 - Publicado em 18 jan 2018, 16h54

Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) indicou em 2017 que a vacinação da febre amarela no país deu prioridade a áreas de grande concentração populacional em vez de áreas rurais. Essas deveriam ser o foco, uma vez que os casos da doença são do tipo silvestre.

A inversão ocorreu em um cenário de forte aumento na produção da vacina: 64 milhões de doses no ano passado, ante 16 milhões em 2016. O Brasil também reduziu o volume de imunizante exportado, de 5 milhões para 2,8 milhões. Para uma especialista da FGV, não falta vacina, mas política de distribuição mais eficaz. “A política a ser adotada é uma escolha, e a escolha neste caso foi falha”, afirmou a historiadora Danielle Sanches, do Departamento de Políticas Públicas, autora do trabalho.

Estudo já indicava surto no Rio

O estudo da FGV já indicava que o Rio de Janeiro, por exemplo, poderia registrar surtos da doença este ano. Ou seja, a vacinação de bloqueio – em que as pessoas são imunizadas de forma preventiva – poderia ter sido mais eficiente ao longo do ano passado. Isso evitaria as filas que agora se veem nos postos de saúde das grandes cidades.

“Eu entendo que a população cobre. Mas aí o governo acaba enviando mais doses para esses lugares (onde a cobrança é maior), e não para as áreas realmente prioritárias.”, diz Danielle Sanches.

Continua após a publicidade

No ano passado, a maior concentração de casos ocorreu até o mês de abril. “Ou seja, como a doença saiu da mídia, as pessoas se acomodaram e não buscaram mais pela vacina depois disso”, disse Danielle. “Nas áreas rurais, há uma dificuldade maior da população para chegar aos postos de saúde: deveria haver um esforço dos agentes de saúde para vacinar essas populações, sobretudo nas áreas endêmicas, ou campanhas de conscientização.”

Já o diretor geral de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, Maurício Zuma, garantiu que não houve atrasos na produção da vacina. Disse também que o laboratório está atendendo a todas as demandas do governo em dia. “Na verdade, nosso compromisso no ano passado era de entregar 61 milhões de doses”, afirmou Zuma. “Adiantamos a entrega prevista para janeiro deste ano e chegamos a um total de 64 milhões no ano passado.”

A reportagem consultou o Ministério da Saúde, que destacou que o estudo não se refere a ações exclusivas do governo federal. “A maior parcela das descrições se refere a atribuições estaduais e municipais. O envio da vacina é feito durante todo o ano aos Estados que, pela legislação, são responsáveis por gerenciar e estabelecer o fluxo de distribuição.”

Corrida pela vacina

O secretário estadual de saúde do Rio, Luiz Antonio de Souza Teixeira Júnior, voltou a garantir ontem que não falta vacina, a despeito das filas que vêm se formando nos últimos dias nos postos de vacinação. “Quem mora em regiões de mata e floresta deve buscar a vacinação logo”, afirmou. “O restante da população pode buscar com mais calma, mas nosso objetivo é vacinar todo mundo: tem vacina para todos”.

O Rio de Janeiro registrou este ano cinco casos de febre amarela e três mortes – uma em Teresópolis e duas em Valença. Embora o município do Rio não tenha registrado nenhum caso de febre amarela até agora, a corrida aos postos de vacinação não para. Na segunda-feira, 26.279 pessoas foram vacinadas nas 232 salas espalhadas pelo Rio. A vacinação atingiu 50% do público-alvo, com 1.698.307 pessoas imunizadas até agora.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.