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Estudo encontra potencial caminho para reverter danos do Alzheimer

Pesquisadores do Instituto Buck de Pesquisa sobre Envelhecimento constaram importância de proteína em processo de recuperação da memória

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h30 - Publicado em 5 fev 2024, 17h00

As apostas dos tratamentos promissores para o Alzheimer, doença que afeta a memória e compromete a autonomia de idosos, têm se concentrado na remoção do acúmulo de estruturas pegajosas responsáveis pela atrofia do cérebro, como as proteínas beta-amiloide e tau. Um grupo de pesquisadores do Instituto Buck de Pesquisa sobre Envelhecimento, nos Estados Unidos, está trabalhando em outra frente: a recuperação das lembranças. Nesse caminho, encontraram outra proteína com potencial de reparar as sinapses danificadas pela doença.

“Em vez de tentar reduzir as proteínas tóxicas no cérebro, estamos tentando reverter os danos causados ​​pela doença de Alzheimer para restaurar a memória”, disse, em comunicado, a professora Tara Tracy, autora do estudo publicado no periódico The Journal of Clinical Investigation.

Além do excesso de proteínas com conhecida relação com a doença, o grupo notou que pacientes com Alzheimer apresentam deficiência de outra proteína chamada “kibra”, que recebeu este nome por estar presente nos rins (kidney, em inglês) e no cérebro (brain). No cérebro, ela é importante para que as sinapses, as conexões que permitem a comunicação dos neurônios, formem a memória.

Recuperação da memória

No estudo, os pesquisadores mediram os níveis da proteína no líquido cefalorraquidiano de humanos de descobriram que índices mais elevados de kibra neste fluido, mas mais baixos no cérebro, estavam ligados à gravidade da demência. Constataram ainda que há correlação entre o aumento dos níveis de kibra e de proteína tau também no líquido cefalorraquidiano.

Em outra etapa, o grupo criou uma versão da proteína e, em testes com cobaias, verificaram que ela era capaz de reverter o comprometimento do Alzheimer.

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“Curiosamente, o kibra restaurou a função sináptica e a memória em camundongos, apesar de não resolver o problema do acúmulo tóxico da proteína tau”, disse Kristeen Pareja-Navarro, coautora do estudo, também em comunicado. “Nosso trabalho apóia a possibilidade de que o kibra possa ser usado como terapia para melhorar a memória após o início da perda de memória, mesmo que a proteína tóxica que causou o dano permaneça.”

Alzheimer e demências

A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e corresponde a até 70% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que mais de 55 milhões de pessoas no mundo apresentam alguma forma de demência. Os pacientes apresentam mudanças no humor e no comportamento. Além disso, a doença compromete a independência dos idosos, que passam a necessitar de suporte para a realização de atividades do dia a dia, como se locomover, ir ao banheiro e se alimentar. A condição neurodegenerativa é progressiva e fatal. Veja os principais sintomas:

  • Falta de memória para acontecimentos recentes;
  • Repetição da mesma pergunta várias vezes;
  • Dificuldade para acompanhar conversas ou pensamentos complexos;
  • Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
  • Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
  • Dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
  • Irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade;
  • Interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos
  • Tendência ao isolamento
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Fonte: Ministério da Saúde

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