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Especialista alerta para riscos à saúde do peeling de fenol caseiro

Versão de produto proibido para saúde e fins estéticos pela Anvisa é divulgada em redes sociais; aplicação pode causar queimaduras e intoxicação

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 abr 2025, 14h00

Em vídeos nas redes sociais, principalmente no TikTok, homens e mulheres fazem diários de suas experiências com a aplicação de fenol para melhorar a aparência da pele. Há relatos de dor extrema e os impactos agressivos da substância são visíveis, mas os comentários são de curiosidade e intenção de fazer um teste. Substância proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o ano passado, depois que um jovem de 27 anos morreu em decorrência de um peeling, o fenol agora está sendo comprado pela internet e aplicado em casa, prática que pode causar queimaduras na pele, intoxicação e levar à morte.

O volume de publicações sobre a aplicação caseira de produtos à base de fenol chamou a atenção do cirurgião plástico Gerson Julio, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), que abordou o tema com VEJA com o intuito de alertar a população sobre os riscos da aplicação e inalação do produto.

“Há várias intensidades de fenol e as pessoas estão comprando pela internet a preços mais baixos aquele que é o mais forte. Isso é extremamente perigoso, porque elas não sabem aplicar. Há risco de queimaduras das vias aéreas, é um produto cardiotóxico, que aumenta o risco de arritmias cardíacas, nefrotóxico e que pode causar lesões irreversíveis na face”, explica.

Julio diz que o uso doméstico traz ainda mais riscos de aplicação inadequada, considerando que as pessoas não têm conhecimento sobre dosagem nem cuidados essenciais. Se estivesse liberado para fins estéticos ou mesmo de saúde em geral, o uso de fenol demandaria um ambiente hospitalar com monitoramento do paciente, inclusive para lidar com possíveis eventos adversos.

“O efeito colateral pode ser revertido desde que tenha neutralizadores e um profissional que saiba usá-los. Em casa, não tem como reverter esses eventos.”

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Danos na pele

Embora famoso por ser doloroso e causar uma aparência de pele queimada com posterior descamação, peeling de fenol ganhou notoriedade com o antes e depois de pessoas que aparentavam uma pele mais jovem e sem rugas. A proibição veio apenas com a morte de um rapaz de 27 anos atendido por uma influencer em uma clínica de estética.

Com a aplicação caseira, a pele pode sofrer graves danos. “Esfregar muito na pele faz com que penetre ainda mais e cause mais complicações. Os efeitos colaterais não são só na superfície. Pode ter destruição total da epiderme e chegar à derme profunda. As pessoas podem ter hipopigmentação, que são manchas como vitiligo, e hiperpigmentação”, diz o cirurgião.

Segundo Julio, seria importante fiscalizar e controlar a venda de produtos à base de fenol na internet e promover a conscientização das pessoas. “As pessoas precisam ter consciência de que tem coisas que não podem ser usadas de forma doméstica. O problema é que elas ouvem que faz mal e não acreditam”, alerta.

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Fenol continua proibido, diz Anvisa

Consultada pela reportagem, a Anvisa informou que, conforme a Resolução nº 3600 de setembro de 2024, está proibido importar, fabricar, manipular, comercializar, fazer propaganda e usar produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos por tempo indeterminado.

Esta medida foi motivada por preocupações com os impactos negativos decorrentes do uso de produtos não regularizados obtidos com o fenol na saúde das pessoas.  Até a presente data, não foram apresentados à Anvisa estudos conclusivos que comprovem a eficácia e a segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”, disse, em nota.

A agência informou que trabalha no combate a práticas irregulares com a retirada de anúncios promocionais irregulares, cooperação com as vigilâncias sanitárias locais e fiscalização de estabelecimentos.

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Também disse que promove campanhas educativas que podem ser consultadas pela população, inclusive com alertas sobre o fenol, caso da ação “Estética com Segurança“. Denúncias sobre irregularidades podem ser compartilhadas com a Anvisa aqui.

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