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Epidemia: casos de sífilis aumentam mais de 4 000% em 8 anos no Brasil

O problema não é só no país; por dia, são 1 milhão de novas infecções em todo o mundo

Por Redação
Atualizado em 7 nov 2019, 15h49 - Publicado em 7 nov 2019, 14h40

Não é nenhuma novidade que a melhor forma de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é usar preservativos em todas as relações sexuais. Apesar disso, pesquisas mostram que o uso da camisinha vem caindo ao longo dos anos, especialmente entre os jovens. Isso demonstra menor preocupação com esse tipo de doença, que podem oferecer perigos para a saúde. As consequências da rejeição ao preservativo já podem ser vistas: relatório do Ministério da Saúde indica que, entre 2010 e 2018, houve um aumento de 4.157% nos casos de sífilis no país.

Apenas em 2018, foram registrados mais de 246.000 casos entre sífilis adquirida, em gestantes e congênitas. Em relação às mortes, foram 241 – todas devido à sífilis congênita, que ocorre quando a mãe transmite a doença para a criança durante a gestação. Em comparação com 2017, esses números representam aumento de 25,7% nos casos em gestantes, 28,3% na adquirida e 5,2% na congênita.

Esse não é um problema só no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), diariamente ocorrem 1 milhão de novas infecções em todo o mundo. Os dados são preocupantes já que a presença de DSTs aumentam em até 18 vezes o risco de uma pessoa ser infectada pelo HIV, doença para a qual, apesar de existir tratamento, ainda não há cura.

Para especialistas, a queda no uso da camisinha tem duas causas principais: a ausência de campanhas de prevenção aliada a uma geração que não conviveu com o retrato da Aids da década de 1980 e, por causa disso, subestima o valor da prevenção. Com intuito de mudar essa realidade, o Ministério da Saúde lançou uma campanha contra DSTs.

Sífilis

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Trata-se de uma doença infecciosa de contato que pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha e por transfusão de sangue (sífilis adquirida), além de mãe para feto durante a gestação (sífilis congênita).

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Os sinais e sintomas variam de acordo com o estágio da doença. Na primeira fase, é possível notar o surgimento de lesões e úlceras nos órgãos genitais, que não costumam causar dor, o que pode fazer com que não sejam percebidas. Na segunda fase, surgem manchas vermelhas na pele, inclusive nas mãos e nas plantas dos pés. Na terceira fase, a doença entra em período de latência e pode ficar assim por anos.

A sífilis tem cura e o tratamento é feito por meio da aplicação de penicilina benzatina, que está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando não tratada, a sífilis pode causar comprometimentos sérios do sistema nervoso central, com alterações neurológicas (quadros de demência), auditivas, oculares, cardíacas e ósseas.

Se desconfiar que tem alguma DST, procure um serviço de testagem; os resultados dos exames geralmente levam menos de 30 minutos para ficarem prontos.

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