Ebola: EUA aprovam primeira vacina no país
Apesar de casos da doença serem raros no país, a medida tem como objetivo proteger pessoas que viajam para áreas de risco
A FDA, agência americana que regula medicamentos e alimentos, aprovou nesta sexta-feira, 20, a primeira vacina para prevenir o ebola no país. De acordo com a agência, apesar de casos da doença serem raros nos Estados Unidos, a medida tem como objetivo proteger pessoas que viajam para áreas de surto. Atualmente, a República Democrática do Congo (RDC) vive surto da doença.
“Embora o risco de doença pelo vírus ebola nos EUA permaneça baixo, o governo continua profundamente comprometido em combater os devastadores surtos de Ebola na África, incluindo o atual surto na República Democrática do Congo. A aprovação de hoje é um passo importante em nossos esforços contínuos para combater o ebola […].”, disse Anna Abram, vice-comissária de política, legislação e assuntos internacionais do FDA.
O imunizante é indicado para maiores de 18 anos e é o mesmo usado em países africanos para controle da epidemia. O Ervebo (nome comercial da vacina) é administrado como uma injeção de dose única e é uma vacina atenuada de vírus vivo que foi geneticamente modificada para conter uma proteína do ebola.
Um estudo realizado na África comprovou que a vacina é 100% eficaz na prevenção de casos de ebola com início de sintomas superior a 10 dias após a vacinação. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção, além de dores de cabeça, febre, dores nas articulações e nos músculos e fadiga.
Ebola
O ebola é um vírus extremamente contagioso, transmitido através do contato direto com sangue, fluidos corporais e tecidos de animais ou pessoas infectadas, bem como com superfícies e materiais, como roupas de cama e roupas, contaminados com esses fluidos. Os sintomas aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção.
O início dos sintomas pode ser repentino e inclui febre, fadiga, dor muscular, dor de cabeça e dor de garganta. Isto é seguido por vômitos, diarreia, erupção cutânea, insuficiência renal e hepática e, em alguns casos, sangramento interno e externo.
“A doença do vírus ebola é uma doença rara, porém grave e muitas vezes mortal, que não conhece fronteiras. A vacinação é essencial para ajudar a prevenir surtos e impedir que o vírus ebola se espalhe em casos de surto ”, disse Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa em Biologia da FDA.
Surto na República Democrática do Congo
O surto de ebola na República Democrática do Congo já infectou mais de 3.300 pessoas e matou mais de 2.200 desde meados do ano passado, tornando-o o segundo pior já registrado. Em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto se tornou uma emergência internacional de saúde pública.
No início de dezembro, as autoridades de saúde congolesas relataram que um sobrevivente em Mabalako, província de Kivu do Norte, havia adoecido novamente com o vírus. Desde então, testes preliminares identificaram uma recaída.
“Casos raros de recaída – nos quais uma pessoa que se recuperou de ebola volta a apresentar sintomas da doença – foram documentados durante surtos passados, mas esta é a primeira recaída documentada nesse surto”, afirmou.
Onze novos casos da doença foram confirmados na semana passada, e acredita-se que todos tenham sido transmitidos pela pessoa que teve a recaída. No geral, o caso foi uma fonte potencial de infecção para 28 pessoas, afirmou o estudo.
(Com Reuters)