Crises de enxaqueca aumentam na menopausa, diz estudo
Em mulheres que sofriam da dor com frequência na pré-menopausa (a partir dos 35 anos), as crises se elevaram depois que elas pararam de menstruar
Uma nova pesquisa confirma o que as mulheres relatam na prática: crises de enxaqueca tendem a piorar depois da menopausa e nos anos anteriores a ela, período chamado perimenopausa. O estudo será apresentado nesta quarta-feira no encontro anual da Sociedade Americana da Dor de Cabeça, que acontece em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Participaram da pesquisa 3.600 mulheres com idades entre 35 e 65 anos. Em um questionário, elas responderam se estavam na menopausa e se sofriam de crises de enxaqueca – no caso afirmativo, relataram a frequência dos episódios. A dor era considerada de alta frequência quando se manifestava dez ou mais vezes por mês.
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As voluntárias foram, então, divididas em três grupos: as que estavam na pré-menopausa (quando começa a queda acentuada da fertilidade, a partir dos 35 anos), na perimenopausa (período compreendido entre dois a três anos antes da última menstruação e até um ano depois dela) e na pós-menopausa.
Segundo os pesquisadores, 8% das mulheres na pré-menopausa revatavam crises frequentes de enxaqueca, ante 12,2% das que estavam na perimenopausa e 12% na pós-menopausa.
“Mulheres com enxaqueca têm mais probabilidade de apresentar suas crises alguns dias antes e durante a menstruação, quando há uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona. Por isso, parece paradoxal que a enxaqueca aumente quando os ciclos menstruais começam a falhar (na perimenopausa)”, diz Richard Lipton, coautor do estudo e professor da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos Estados Unidos. Mesmo assim, os estudiosos acreditam que a queda de estrogênio explica o aumento dos episódios de dor na perimenopausa e na menopausa.