Covid-19: 91% dos infectados apresentam sintomas, aponta estudo brasileiro
Estudo foi realizado pela Universidade Federal de Pelotas em parceria com o Ministério da Saúde
Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Ministério da Saúde apontou que 91% das pessoas com Covid-19 apresentaram pelo menos um sintoma da doença. Segundo o coordenador da pesquisa e reitor da UFPel, Pedro Hallal, esta é maior novidade do estudo, justamente por dar pistas de como identificar pessoas que entrar em contato com o novo coronavírus.
Das 2.000 pessoas consultadas com diagnóstico positivo para Covid-19 na análise, mais de 62,9% tiveram alteração de olfato e paladar, 62,2% tiveram dor de cabeça, 56,2% relataram febre, 53,1% tiveram tosse e 52,3% informaram dores no corpo. “Isso é bom para as autoridades locais desenvolverem protocolos para identificar os sintomas, mas não quer dizer que cada uma delas necessitará de atendimento hospitalar”, ponderou Hallal.
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Na distribuição por idade, a investigação mostrou que crianças pegam o vírus na mesma proporção do que pessoas mais velhas, embora os mais novos tenham menos risco de evolução para quadro grave.
Em relação à transmissão dentro das famílias, o estudo trouxe resultados diferentes de outras pesquisas acadêmicas. Foram encontrados 39% de positivos, enquanto na literatura acadêmica sobre o tema a média é de 20%.
Os autores verificaram também o distanciamento social. As pessoas que saíram diariamente aumentaram de 20,2% para 26,2% entre a primeira e terceira fases da análise. Da mesma forma, o contingente que relatou ficar sempre em casa diminuiu de 23,1% para 18,9% entre a primeira e a última fase.
O estudo encontrou uma média de 3,8% de infecção nas últimas três etapas na qual foram avaliadas 90.000 pessoas. Na primeira fase, no meio de maio, o índice era de 1,9%. O percentual aumentou para 3,1% na segunda fase. A diferença entre pessoas que tiveram anticorpos detectados e os casos notificados foi de 6 vezes na última etapa.
Na análise por nível socioeconômico, há diferenças. Os 20% mais pobres da população têm o dobro da infecção dos que os 20% mais ricos da população.
Com Agência Brasil