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As respostas para as principais dúvidas sobre a vacinação contra Covid-19

Questões sobre a imunização têm crescido com a falta de campanhas dos governos. VEJA esclarece as mais comuns

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jan 2021, 19h23 - Publicado em 24 jan 2021, 19h03

A campanha de vacinação contra a Covid-19 começou no Brasil na última semana, após a aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de duas vacinas: a CoronaVac, do Instituto Butantan, e a de Oxford-AstraZeneca, fornecida pela Fiocruz. A imunização ainda está restrita a uma pequena parcela de grupos prioritários, incluindo profissionais de saúde da linha de frente de combate à pandemia, pessoas que vivem em instituições de longa permanência e indígenas aldeados.

Os motivos para isso incluem a própria autorização de uso emergencial e a pouca oferta de vacinas. A liberação emergencial tem caráter temporário e a aplicação é limitada a determinados grupos da população. Já a baixa oferta está associada a atrasos na produção devido a problemas na entrega do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que é a base para fabricação do imunizante, e também atraso na entrega das doses. A vacina de Oxford, por exemplo, só chegou ao país neste sábado, com cerca de uma semana de atraso do prazo inicial previsto pelo governo.

Apesar dos percalços, o início da vacinação da população brasileira motivo de alegria e esperança de dias melhores. Enquanto o acesso às vacinas não é expandido, VEJA esclarece as principais dúvidas sobre a vacinação no país.

Quanto tempo após tomar a vacina estarei protegido contra a Covid-19? Os estudos clínicos fase 3 da CoronaVac e da vacina de Oxford-AstraZeneca avaliaram a eficácia das vacinas duas semanas após a aplicação da segunda dose. Logo, a vacina demora cerca de 15 dias para conferir proteção.

Posso não usar a máscara depois da vacina? Não. Especialistas e o Ministério da Saúde alertam que as pessoas vacinadas precisam continuar tomando todos os cuidados preventivos mesmo após a vacinação. Além do uso de máscaras, isso inclui a manutenção do distanciamento social, higienização constante das mãos e evitar aglomerações. Isso é necessário porque as vacinas disponíveis têm alto grau de proteção contra formas graves da doença, mas não impedem completamente a infecção nem a transmissão. “A máscara deve continuar sendo usada porque a vacina pode falhar e também porque mesmo que a pessoa não desenvolva a doença, ela pode ser um transmissor do vírus”, explica Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim). Dependendo do comportamento da pandemia, essas medidas poderão ser relaxadas ou descartadas, mas ainda não há previsão de quando isso irá acontecer.

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Posso tomar a primeira dose da CoronaVac e a segunda de Oxford, ou vice-versa? Segundo Kfouri, ainda não há dados de intercambialidade entre vacinas. Isso significa que não há estudos que demonstrem que isso é seguro nem que proteja. Dessa forma, para garantir a segurança e eficácia, a recomendação é tomar as duas doses do mesmo produtor.

Se eu atrasar a segunda dose, estarei imunizado? A eficácia da CoronaVac e da vacina de Oxford-AstraZeneca foi avaliada em um regime de administração de duas doses em um prazo determinado. No caso da vacina do Instituto Butantan, a eficácia foi alcançada quando a segunda dose foi aplicada de duas quatro semanas após a primeira. Já a da Fiocruz (Oxford-AstraZeneca) permite um intervalo maior: quatro a 12 semanas entre a primeira e segunda dose. Portanto, a recomendação é se atentar aos prazos que serão determinados pelo governo e segui-los a risca. Em caso de esquecimento ou atraso, Kfouri afirma que o ideal é procurar o serviço de saúde para receber o imunizante o mais rápido possível. “É preciso procurar respeitar o esquema vacinal. Mas, mesmo com atraso, é melhor tomar a segunda dose do que não tomar”, recomenda.

Posso escolher qual vacina tomar? Com a chegada do primeiro lote de vacinas de Oxford-AstraZeneca ao Brasil, dois imunizante estão disponíveis para serem aplicados na população. Entretanto, o Ministério da Saúde irá determinar qual grupo ou região irá receber qual vacina, baseado em critérios técnicos e estratégicos. Portanto, a população não poderá escolher qual vacina tomar. “As vacinas serão distribuídas no país conforme determinação do Plano Nacional de Imunizações”, diz o diretor da Sbim.

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Posso comprar a vacina em uma clínica privada? Não. A aprovação para uso emergencial concedida pela Anvisa autoriza apenas a rede pública a comprar e distribuir vacinas. A oferta de vacinas contra a Covid-19 na rede privada depende do registro oficial das vacinas na Anvisa e da oferta de doses pelos produtores. Atualmente, as doses disponíveis já foram negociadas com governos e consórcios internacionais.

Neste domingo, 24, o Brasil registrou uma média móvel 50.925,4 novos casos e 1.027,1 mortes pela Covid-19.

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