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Alzheimer: estilo de vida saudável evita aparição dos sintomas

Esta é a primeira pesquisa a sugerir que bons hábitos podem até mesmo prevenir a manifestação da doença

Por Redação
19 jan 2019, 20h15

Alguns pacientes com Alzheimer podem nunca manifestar sintomas, como perda de memória ou confusão, revelou um novo estudo publicado no periódico científico The Lancet Neurology. O segredo para esse fenômeno está na manutenção de hábitos saudáveis e de uma vida ativa, mesmo depois da velhice. 

Estudos anteriores já haviam indicado que viver de forma saudável na velhice pode evitar a demência, mas esta é a primeira pesquisa a sugerir que bons hábitos podem até mesmo prevenir a aparição dos sintomas. 

“A fragilidade pode desencadear a expressão clínica da demência, mas ela pode permanecer assintomática em alguém que não é frágil. Este é um passo enorme na direção certa para a pesquisa de Alzheimer”, disse Rockwood. 

O estudo

Para chegar a essa conclusão, a equipe avaliou 456 idosos matriculados em um projeto de memória e envelhecimento. A análise do cérebro dos participantes foi feita depois da morte para verificar se algum deles sofria de demência.

Os resultados dos exames mostraram que 8% dos idosos acompanhados tinham alterações cerebrais relacionadas ao Alzheimer, como placas de proteínas, mas não manifestaram sintomas. Já 11% sofriam do problema, mas tinham poucas das placas cerebrais características da doença. 

Segundo a equipe de pesquisadores da Universidade de Dalhousie, no Canadá, os pacientes assintomáticos tinham menos fadiga, problemas nas articulações, no coração e de mobilidade. Além disso, também apresentavam menos osteoporose e boa capacidade de preparar refeições – indícios de uma boa saúde.

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“É possível que ajudar as pessoas a manterem a independência mais tarde na vida ajude a reduzir o risco de demência e a gravidade dos sintomas debilitantes comuns nesta doença”, comentou Kenneth Rockwood, principal autor do estudo, ao Telegraph

Os pesquisadores acreditam que os resultados apoiam a ideia de que a demência – particularmente o Alzheimer – é um fenômeno complexo, que está relacionado a diversas alterações no organismo e não apenas a alterações cerebrais. 

Evite o stress

De acordo com a ONG Alzheimer’s Research UK, a manutenção de bons hábitos de saúde, como não fumar, manter o peso adequado, controlar a pressão arterial e o colesterol, ter uma boa alimentação e fazer exercício físico são algumas das formas para evitar o problema. No caso do diagnóstico, é preciso continuar com essa rotina para atrasar o início dos sintomas, conforme revelado pelo novo estudo. 

Outra forma de prevenir o Alzheimer é evitar o stress. Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease descobriu que fatores psicológicos, especialmente a síndrome de burnout – associada ao stress crônico e depressão – podem aumentar em até 40% a probabilidade de um indivíduo desenvolver demência.

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“O estresse pode ter consequências graves e prejudiciais, não apenas para a saúde do cérebro, mas para a saúde em geral”, alertou Sabrina Islamoska, principal autora do estudo, ao Medical News Today

Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), a síndrome de burnout é caracterizada pela sensação de exaustão emocional, insatisfação pessoal, sentimento de inferioridade em relação aos colegas de trabalho, isolamento, sensação de angústia ao ir para o trabalho, entre outros sintomas. No Brasil, estima-se que 32% dos profissionais sofram com esse esgotamento no ambiente de trabalho.

Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas, uma vez que as células cerebrais degeneram e morrem, causando declínio constante na função mental. Os principais sintomas da doença são: dificuldade de memória (especialmente de acontecimentos recentes), discurso vago durante as conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade emocional.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa doença é responsável por 60% a 70% dos casos de demência – grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais.  Estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência no mundo, sendo registrados 10 milhões de novos casos anualmente. No Brasil, o Alzheimer está entre as dez maiores causas de morte e é um problema que afeta 1,2 milhão de pessoas.

Por ser uma doença incurável, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença já que o tratamento ajuda a impedir o seu avanço e amenizar os sintomas.

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