Álcool na gestação: 1 em cada 13 bebês nasce com problemas
As desordens do espectro alcoólico fetal afetam oito em cada 1.000 nascidos no mundo, de acordo com a pesquisa canadense
Uma em cada 13 mulheres que consomem álcool durante a gestação tem filhos com problemas estruturais e neurológicos, que incluem microcefalia, déficit intelectual e de crescimento, baixo peso ao nascer e perda de audição ou visão, segundo um novo estudo do Instituto de Pesquisa em Políticas de Saúde Mental, no Canadá.
Essas condições, quando associadas a exposição ao álcool, são caracterizadas como desordens do espectro alcoólico fetal.
A pesquisa
O estudo, publicado recentemente no periódico científico JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana, revisou 24 pesquisas já divulgadas que envolveram cerca de 1.400 crianças e jovens com a condição. A partir da análise, os cientistas apontaram que um em cada 13 filhos de mulheres que beberam durante a gravidez foi diagnosticado com a desordem.
De forma mais ampla, a prevalência mundial é de aproximadamente oito em cada 1.000 nascimentos, de acordo com os autores.
Síndrome alcoólica fetal
A síndrome alcoólica fetal caracteriza-se quando o consumo do álcool na gestação prejudica o desenvolvimento do feto, causando efeitos que podem ser permanentes. Alguns sinais físicos, acarretados pela condição, como face plana, nariz curto, lábios superiores extremamente finos e abertura dos olhos encurtada, já podem ser percebidos no recém-nascido.
No entanto, estima-se que uma em cada cem pessoas com a síndrome tenham características menos pronunciadas. O distúrbio não tem cura e o tratamento visa apenas a melhora dos sintomas, portanto a melhor opção é a prevenção.
Prevenção
“Globalmente, a desordem do espectro alcoólico fetal é uma deficiência amplamente evitável. Os resultados ressaltam a necessidade de estabelecer uma mensagem universal de saúde pública sobre o potencial dano da exposição pré-natal ao álcool e um protocolo de rastreamento de rotina [durante a gestação]. Intervenções pequenas devem ser disponibilizadas, quando apropriado”, disseram os pesquisadores em artigo.
Populações especiais
Entre aborígenes, pessoas que precisam de atendimento médico constante e sob cuidados psiquiátricos e presidiários, a prevalência da síndrome é ainda maior. De acordo com o estudo, a taxa é de cinco a 68 vezes maior em relação à incidência mundial.