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‘Água’ com proteína chega ao mercado; entenda o que é e para quem realmente faz sentido

Produto usa colágeno como fonte proteica e promete combinar hidratação com benefícios para performance e recuperação muscular; especialistas fazem ponderações

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 nov 2025, 15h00 • Atualizado em 17 nov 2025, 16h29
  • Depois da explosão de produtos “proteinados” — de iogurtes a refrigerantes e snacks — a nova aposta do mercado é… “água” com proteína. Os produtos, que são produzidos por ao menos duas grandes marcas, trazem colágeno hidrolisado como fonte proteica e prometem combinar hidratação com benefícios para performance e recuperação muscular.

    Embora o rótulo traga a palavra “água” em destaque, adicionar proteína a uma bebida muda completamente o que ela é, sendo mais uma estratégia de marketing do que uma classificação tecnicamente correta. “Se colocamos proteína em uma água, ela deixa de ser água e passa a ser um suplemento proteico”, explica a nutricionista Lara Natacci, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).

    Segundo ela, a dose escolhida pelas empresas — entre 20 e 25 gramas de proteína por porção — não é arbitrária: é justamente a quantidade recomendada para lanches ou intervalos entre refeições, quando a ingestão proteica tende a ser menor. “Não é um absurdo do ponto de vista nutricional”, diz. “Mas também não é necessário para todo mundo. Se no lanche a pessoa come um pão com queijo, um ovo, atum… ela já bate essa meta sem precisar de mais 20g vindos de uma bebida.”

    De forma simples: o produto pode ajudar quem tem dificuldade de atingir a meta diária, como idosos, pessoas com pouco apetite ou quem vive na correria. Mas, para a maioria, é apenas mais uma opção e não uma necessidade.

    Veículo prático de colágeno

    Outro ponto central é o tipo de proteína usada nesses produtos. E aqui há uma diferença importante que costuma passar despercebida pelo consumidor, mas faz toda a diferença na prática.

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    Proteínas completas são aquelas que contêm todos os aminoácidos essenciais e incluem a leucina, que funciona como um “gatilho” para a síntese muscular. Estão presentes em alimentos como carnes, ovos, leite, queijos, whey protein e também em combinações de vegetais, como leguminosas com cereais. São essas proteínas que realmente atuam na recuperação pós-treino, no aumento ou preservação de massa magra e na força muscular.

    Já o colágeno hidrolisado — usado na chamada “água proteica” — não é uma proteína completa. Ele é pobre em leucina e não contém todos os aminoácidos essenciais. Por isso, não substitui carnes, ovos ou leguminosas quando o objetivo é hipertrofia ou recuperação muscular. Por outro lado, tem efeitos comprovados em articulações, tendões, ligamentos, cartilagem e ossos, e pode ser útil em casos de osteoartrite, dores articulares, pessoas com dificuldade de mastigação, indivíduos em reabilitação musculoesquelética ou atletas de impacto.

    “A bebida pode funcionar como um veículo prático de colágeno, mas está longe de ocupar o lugar de um ‘shake proteico’ tradicional quando o assunto é ganho ou recuperação muscular”, reforça Natacci.

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    Vale lembrar que o colágeno também pode ser obtido pela alimentação comum. Caldos de ossos, carnes com tecido conjuntivo e cortes como músculo ou fraldinha fornecem alta quantidade das mesmas proteínas que, no estômago, se transformam nos aminoácidos usados para sintetizar colágeno. Por isso, nutricionistas reforçam que o suplemento — ou uma bebida proteica — é apenas uma forma prática, mas longe de ser a única ou melhor fonte.

    Entusiasmo ou necessidade?

    Apesar de ser útil para alguns grupos ou contextos, o próprio nome já diz: a intenção é suplementar. Ou seja, complementar a dieta. E não substituir uma boa alimentação. “O entusiasmo do mercado em torno da proteína cria a impressão de que esse nutriente, sozinho, garante saúde e performance, mas esse raciocínio é simplista”, alerta a nutricionista.

    Proteína é importante, claro. Mas não é tudo. A saúde também depende de carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas, sono, movimento e até manejo do estresse e estilo de vida como um todo. “Não adianta colocar no carrinho uma água com proteína se você dorme mal, não treina, está sempre estressado, bebe muito álcool…”.

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    Nos últimos anos, explica Natacci, estudos mais robustos têm mostrado que um aporte um pouco maior de proteínas completas — aquelas que realmente participam da síntese muscular — pode ajudar a preservar massa magra e força, especialmente entre idosos, pessoas em processo de emagrecimento ou quem treina com regularidade. “Para quem está envelhecendo, muitas revisões já apontam para a faixa de 1 a 1,2 g/kg/dia”, diz.

    Esse movimento científico, aliado ao fato de que a população está vivendo mais e enfrentando taxas crescentes de sarcopenia (perda de massa muscular), ajuda a explicar o interesse crescente por proteínas — e por que a indústria se mobilizou tão rapidamente para lançar versões proteicas de praticamente tudo.

    “A ciência mostra que aumentar um pouco o consumo pode ter seu papel, mas o que estamos vendo é um aumento exagerado, tanto no consumo quanto na produção”, avalia a nutricionista, lembrando que, além de não haver garantia de ganhos físicos com o excesso, o consumo proteico muito acima do necessário pode elevar o risco de problemas renais e cardiovasculares.

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    O que Natacci recomenda antes de levar ao carrinho uma água com proteína — ou qualquer produto “proteinizado” — é fazer uma pergunta simples: eu realmente preciso disso?. “Se a pessoa já consegue atingir a quantidade adequada de proteína com refeições equilibradas, não há vantagem em adicionar mais um suplemento”, afirma.

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