Carta ao Leitor: O nosso DNA
Nos cinquenta anos de sua existência, VEJA reafirma sua missão incontornável de fiscalizar o poder — qualquer poder
No primeiro número de VEJA, cuja capa versava sobre as disputas no mundo comunista e trazia a data de 11 de setembro de 1968, Victor Civita (1907-1990), fundador da revista, escreveu as seguintes palavras no espaço destinado à apresentação da nova publicação aos leitores: “O Brasil não pode mais ser o arquipélago separado pela distância, espaço geográfico, ignorância, preconceitos e regionalismos — precisa de informação rápida e objetiva a fim de escolher novos rumos. Precisa saber o que está acontecendo nas fronteiras da ciência, da tecnologia e da arte no mundo inteiro. Precisa acompanhar o extraordinário desenvolvimento dos negócios, da educação, do esporte, da religião. Precisa, enfim, estar bem informado. E esse é o objetivo de VEJA”.
É com imenso orgulho que VEJA constata ter cumprido à risca sua missão nessas cinco primeiras décadas de vida. Há anos, tornou-se a maior e mais influente revista semanal do país. E, mais recentemente, acompanhando o passo veloz das tecnologias digitais e atendendo à meta de prestar a “informação rápida e objetiva” de que seu fundador falava, VEJA mantém um site que recebe até 30 milhões de visitantes únicos por mês e rivaliza com os maiores do mundo.
Na essência, a publicação só conquistou posição tão privilegiada porque seus leitores e internautas consideram que seu jornalismo é útil e confiável. Isso se deve ao trabalho incansável dos profissionais extraordinários que nela trabalharam e trabalham, e também ao compromisso inarredável da revista de resistir sem trégua às pressões — todas as pressões. De governos e governantes, de amigos e inimigos, de acionistas e anunciantes.
Nos cinquenta anos de sua existência, VEJA renova esse seu compromisso histórico e, no momento em que o país se encaminha para uma eleição presidencial decisiva, reafirma sua missão incontornável de fiscalizar o poder — qualquer poder. São características que fazem parte do DNA da revista e com as quais seus leitores e internautas podem sempre contar.
Quando VEJA completou dez anos, em 1978, Victor Civita renovou neste mesmo espaço os compromissos da publicação, com as seguintes palavras: “O leitor sabe de que lado lutamos ao longo desses agitados, controvertidos mas certamente estimulantes anos de vida. E sabe, também, onde nos encontrará amanhã”. Pois, de lá para cá, o Brasil mudou profundamente em múltiplos aspectos, mas o leitor e o internauta continuam a saber de que lado VEJA está e de que lado estará amanhã: o lado da livre-iniciativa, da justiça social e da democracia. E praticando, sempre, um jornalismo — vale repetir — útil e confiável.
Publicado em VEJA de 26 de setembro de 2018, edição nº 2601