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Irmã Dulce: como ela mandava nos políticos

A mais completa biografia sobre a freira baiana, que se tornará santa em outubro, mostra uma mulher influente e de pulso firme

Por Adriana Dias Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 ago 2019, 16h38 - Publicado em 30 ago 2019, 16h37

No próximo 13 de outubro, Irmã Dulce (1914-1992) se tornará a primeira santa brasileira, em cerimônia no Vaticano. Em vida, a religiosa ganhou notoriedade pela vocação de acolher  mendigos e doentes em sua casa e visitar presos nas cadeias. Mas a vida dessa mulher de 1,48 metro de altura e de saúde frágil (no fim da vida chegou a pesar 30 quilos) ia muito além disso.

A freira era uma potência. É nesse cenário que o jornalista Graciliano Rocha ambienta Irmã Dulce, a Santa dos Pobres (editora Planeta), o mais completo livro sobre a futura santa brasileira. Para arregimentar dinheiro para os pobres e construir o Hospital Santo Antônio, em Salvador, a religiosa transitou entre os políticos como poucos.

Uma das relações mais curiosas e íntimas foi com Antônio Carlos Magalhães. Em 1979, ACM mudou a agenda do então presidente João Baptista Figueiredo, durante uma visita à Bahia, incluindo uma passada no Hospital Santo Antônio. Ao chegar à instituição, a freira o pegou pelo braço e conduziu o caminho. Figueiredo viu doentes amontoados em macas pelos corredores, em colchões no chão – inclusive ocupando o espaço do necrotério. Três anos depois, o hospital estava com 800 leitos, 70% mais em relação à década anterior.

De José Sarney, recebeu o número de telefone que tocava diretamente em sua mesa do gabinete do Palácio do Planalto. “Irmã Dulce nunca subiu num palanque”, diz o autor de sua biografia. “Quando lhe perguntavam qual era seu partido, ela dizia: o partido dos pobres.”

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