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A rixa entre Bolsonaro e o arcebispo de Aparecida no dia da Padroeira

Presidente vai ao santuário rezar em terço paralelo durante Consagração à Nossa Senhora; Arcebispo, que já condenou política armamentista do governo, reage

Por Gustavo Silva Atualizado em 17 out 2022, 09h35 - Publicado em 11 out 2022, 15h33

Em ofensiva para melhorar o desempenho entre os católicos, Jair Bolsonaro (PL) pretende ir à Aparecidas, na próxima quarta-feira, dia da padroeira do Brasil, para participar das celebrações no maior santuário do país. A visita do presidente, porém, está envolta em mais uma polêmica com o arcebispo metropolitano da cidade, Dom Orlando Brandes.

O bispo que já havia entrado em conflito no passado ao condenar, durante a homilia, a política armamentista do atual governo, divulgou uma nota em que faz questão de diferenciar as sete missas oficiais que acontecerão dentro da Basílica de um terço organizado pelo  Centro Dom Bosco, um grupo católico ultraconservador. A atividade ocorrerá no mesmo horário da Consagração à Nossa Senhora e contará com a presença do mandatário.

“Como nos anos anteriores, o santuário nacional ira organizar a acolhida ao Presidente nas melhores práticas que um Chefe de Estado requer, mas também buscando garantir que a rotina dos peregrinos não seja impactada”, diz o documento. Dom Orlando Brandes, também fez questão de destacar que o terço paralelo “Não tem anuência do arcebispo de Aparecida” e que a consagração da Santa ocorre no mesmo horário “Há 65 anos”.

O Dom Bosco é um grupo de leigos, católicos, ultraconservadores que pregam o tradicionalismo da fé cristã e se opõem às medidas progressistas da Igreja. Eles já interromperam uma missa com temática “afro” em uma igreja no Rio de Janeiro e costumam participar das manifestações em apoio ao presidente, rezando terços e rosários.

O grupo faz oposição à atual gestão da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem adotado uma pauta mais ligadas aos valores da esquerda. No ano passado, Dom Orlando Brandes fez duras críticas ao atual governo disse que “para ser pátria amada, [O Brasil] não pode ser pátria armada; Que seja uma república sem ódio e sem fake news”. Em outra pregação, há dois anos, o arcebispo de Aparecida chegou a afirmar que “a direita é violenta e injusta”.

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