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Janot critica Dodge por pedido de liberdade a amigos de Temer

'Voltou a ser assim?', escreveu no Twitter o ex-procurador-geral. Ele sugeriu como alternativa as conduções coercitivas, proibidas por ministro em dezembro

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 abr 2018, 16h06 - Publicado em 31 mar 2018, 22h12

Autor de duas denúncias contra o presidente Michel Temer (MDB) em 2017, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot criticou neste sábado, em sua conta no Twitter, a manifestação da atual chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Raquel Dodge, em que ela pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação das prisões temporárias da Operação Skala, que pendeu empresários e amigos de Temer na semana passada.

O ministro Luís Roberto Barroso acabou acatando o pedido de Dodge e determinou a soltura dos presos, incluindo o advogado José Yunes e o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, próximos ao presidente e, assim como ele, investigados no STF.

“Não teria sido o caso então de pedir condução coercitiva ao invés de prisão? Voltou a ser assim? E vai continuar sendo assim?”, questionou Janot, ao compartilhar uma notícia sobre o pedido de sua sucessora ao STF. Quando a Skala foi deflagrada, na última quinta-feira (29), o ex-procurador-geral também havia se manifestado por meio da rede social: “Começou? Acho que sim”.

Ao contrário do que sugeriu o ex-chefe da PGR, contudo, as conduções coercitivas, quando os investigados são levados obrigatoriamente pela polícia a prestar depoimento, não eram uma opção à Operação Skala. Isso porque este tipo de medida em investigações criminais está proibido desde dezembro de 2017 por uma decisão liminar do ministro do STF Gilmar Mendes. O entendimento de Gilmar ainda será submetido ao plenário da Corte.

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As prisões temporárias da Operação Skala foram autorizadas por Luís Roberto Barroso no âmbito do inquérito 4621 do STF, que investiga se Temer e aliados seus receberam propina em troca de benefícios a empresas que operam no Porto de Santos, sobretudo a Rodrimar, por meio da edição do Decreto dos Portos, em 2017. O prazo para o fim das prisões era a próxima segunda-feira (2).

Na manifestação encaminhada a Barroso, contudo, Raquel Dodge alegou que as prisões temporárias “cumpriram o objetivo legal” e poderiam ser revogadas. Ao atender ao pedido, o ministro do Supremo determinou que fossem expedidos alvarás de soltura “com urgência”. Há presos pela Skala nas carceragens da Polícia Federal de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Além de Yunes e Lima, apontados como supostos intermediários de valores a Temer e campanhas políticas, também deixarão a prisão o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, seu assessor Milton Ortolan e outras cinco pessoas.

Ainda foram revogados por Barroso os mandados de prisão contra os empresários do Grupo Libra Rodrigo Borges Torrealba, Ana Carolina Borges Torrealba e Gonçalo Borges Torrealba, que não foram cumpridos porque os alvos estavam no exterior. A procuradora-geral da República havia informado ao ministro, no entanto, que eles estão “dispostos a se apresentarem à autoridade policial tão logo retornem”.

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